Seria a 11ª vítima mortal. Mulher consegue fugir e sobrevive a dois tiros na cabeça

Ex-marido nunca aceitou o divórcio e disparou contra a mãe dos seus dois filhos. Ela conseguiu fugir e pedir ajuda
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"Por acaso", descreve a Polícia Judiciária, uma mulher não entrou para a estatística negra das mortes por violência doméstica, que este ano já chegam a dez - as últimas são as vítimas do homicida Pedro Henriques, a ex-sogra e a filha, de 2 anos.

A mulher agora em causa foi atingida por duas balas na região da cabeça, mas conseguiu fugir e pedir ajuda. Sobreviveu.

Segundo comunicado da PJ, o suspeito, ex-marido da vítima, nunca aceitou o divórcio, responsabilizando-a pelo fim da relação, e, por isso, "decidiu arquitetar um plano para a matar". Atraiu-a para um local isolado e atingiu a vítima com dois tiros na zona da cabeça, "que só não se revelaram fatais por mero acaso", refere a mesma nota.

Apesar de gravemente ferida, a mulher conseguiu fugir do local ermo e dirigir-se a um centro de saúde, onde foi assistida.

A detenção do homem, de 39 anos, e que tem dois filhos menores com a vítima, contou com a colaboração da GNR de Mangualde,. O suspeito é acusado de um crime de homicídio, na forma tentada, ocorrido em Nelas.

Aumenta o número de mortes devido a violência doméstica

O ano de 2019 mostra uma grande subida de casos de mortes em contexto de violência doméstica em relação aos últimos quatro anos: em pouco mais de um mês já foram registadas quase metade das mortes por violência doméstica de todo o ano de 2017 (20 vítimas) e 2016 (22) e cerca de um terço das de 2018 (28 mortes) e 2015 (30).

A comparação em termos homólogos também mostra um aumento claro das vítimas mortais este ano: em janeiro do ano passado, a União de Mulheres Alternativa e Resposta contou cinco mortes por violência doméstica, num ano que até acabou com mais mulheres mortas por familiares do que os anteriores. O observatório da UMAR mostra que a maior parte das mulheres morrem às mãos daqueles com quem ainda mantinham uma relação, fosse ela de casamento, união de facto ou namoro, seguido pelo grupo dos ex-maridos, ex-companheiros e ex-namorados.

Comparando os diversos anos desde 2004 até 2017, o grupo etário mais vitimizado foi o das mulheres com idades superiores a 50 anos, contabilizando 179 dos 475 femicídios registados, logo seguido das mulheres que se encontram no escalão etário 36 - 50 anos.

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