Segundo soldado norte-coreano deserta em poucas semanas

Militar conseguiu passar para a Coreia do Sul na Zona Desmilitarizada. Exército norte-coreano não se terá apercebido da fuga até o soldado estar em segurança do outro lado
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Semanas depois de um soldado norte-coreano ter ficado gravemente ferido na fuga para a Coreia do Sul, um segundo militar do regime conseguiu atravessar a fronteira, relata a imprensa local, citada pelo The Guardian.

O soldado apareceu na quinta-feira de manhã num posto de controlo na fronteira da Zona Desmilitarizada da Coreia, que divide a península coreana. A Yonhap, agência de notícias sul-coreana, adianta que não foram ouvidos tiros por parte dos militares do regime de Kim Jong-un, mas que as forças de Seul terão disparado tiros de aviso quando o exército de Pyongyang fez buscas junto à fronteira pelo soldado desaparecido, que estava já do outro lado.

Tal como acontece a todos os desertores que chegam à Coreia do Sul vindos da Coreia do Norte, o soldado - que será de uma baixa patente - foi interrogado à chegada e será enviado para um centro de acolhimento onde permanecerá durante três meses, para aprender sobre o estilo de vida sul-coreano. No final desse período, passa a receber por ano cerca de 6000 mil euros, bem como apoios para alojamento, formação escolar e procura de emprego.

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O militar que agora escapou, e cuja identidade não foi divulgada, terá beneficiado de um denso nevoeiro que impediu os colegas de perceberem que se preparava para fugir.

Em novembro, um outro soldado norte-coreano desertou para o sul numa fuga que as autoridades sul-coreanas consideraram dignas de filme: sem estar armado, começou a fuga num jipe, mas teve de continuar a pé depois de uma roda se ter soltado do veículo. Também passou a fronteira na Zona Desmilitarizada e foi alvo de mais de 40 disparos, mas refugiou-se por trás de uma estrutura sul-coreana e foi resgatado. Oh Chong-song, de 24 anos, foi baleado cinco vezes e os médicos descobriram posteriormente que tinha nos intestinos "parasitas gigantes", que lhe atrasaram a recuperação. "Nunca vi nada assim nos meus 20 anos de medicina", disse o médico sul-coreano Lee Cook-jong aos jornalistas, citado pela BBC. Na semana passada, Oh Chong-song foi transferido para um hospital militar próximo de Seul.

O jornal Korea Herald, citado pelo Guardian, escreve que Oh vai receber de forma "vitalícia" remessas de "Choco Pies", doces muito populares na Coreia do Sul, depois de o fabricante ter tido conhecimento de que o soldado era fã dos snacks de marshmallow e chocolate, que são vendidos no mercado negro na Coreia do Norte.

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