Secretário-geral da CGTP critica quem põe em causa a Constituição
"Começaram a levantar-se vozes de que afinal é a Constituição que está desadequada. São as vozes da nostalgia, do salazarismo, do marcelismo e das conversas em família", referiu hoje o dirigente sindical na Covilhã.
Arménio Carlos pediu responsabilidades para referir que "não é a Constituição que é responsável pelo défice ou pela divida: são os que hoje estão no poder, tem caras e rostos, são governantes do PSD e do CDS".
Sobre a decisão do TC, o secretário-geral da CGTP considera que "abalou o Governo, os seus apoiantes e acima de tudo encorajou os que desde 1974 acreditam que este país tem futuro", numa alusão ao ano da revolução em que nasceu a democracia.
Arménio Carlos reafirmou a oposição a quaisquer cortes na despesa pública e apontou como alternativa "cortar na má despesa", que diz serem "as parcerias público-privadas, os juros da dívida" ou ainda cortar nos "benefícios fiscais aos grupos económicos e financeiros, assim como nas rendas pagas ao setor energético".
Para o líder da CGTP, a próxima visita da 'troika' vai servir para "apertar o cinto de quem vive em Portugal", numa altura em que "o país precisa de eleições: é preciso dar a palavra ao povo, é preciso que o povo se exprima e decida o que quer para o presente e para o futuro", sublinhou.
Arménio Carlos falava na Covilhã no final da passagem pelo distrito de Castelo Branco da "Marcha contra o empobrecimento" com que a CGTP percorre o país entre desde o último sábado, dia 6, e até ao próximo, dia 13.
Das delegações sindicais locais recebeu um memorando que alerta para o agravamento da situação económica e social da região.