Santana Lopes e Paulo Sande escapam ilesos a aparatoso acidente
"No final disto tudo não passou de um grande susto." As palavras são de Paulo Sande, cabeça-de-lista do partido Aliança às eleições europeias, que nesta quarta-feira foi protagonista de um aparatoso acidente de viação com Pedro Santana Lopes, presidente do partido, na A1, entre Soure e Pombal. Depois de o carro em que seguiam se ter despistado e capotado várias vezes, ambos foram transportados para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) com suspeitas de traumatismos, que não se confirmaram.
Pedro Santana Lopes, que seguia ao volante, chegou a estar encarcerado, tendo sido retirado da viatura com o auxílio dos bombeiros e transportado de helicóptero para Coimbra.
Ao DN, fonte do INEM explicou que o transporte de helicóptero é um procedimento normal nestas situações. "O CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) teve informação de que havia um acidente grave com capotamento e duas vítimas encarceradas, tendo acionado de imediato um helicóptero, uma viatura médica e duas ambulâncias", adiantou.
Depois de a equipa médica avaliar as vítimas, "o CODU tomou a decisão médica de manter o helicóptero" que transportou Santana Lopes, com "suspeita de traumatismo torácico", cuja gravidade só poderia ser "avaliada em ambiente hospitalar", pois o INEM no local não dispõe de meios complementares de diagnóstico.
Já Paulo Sande, que saiu da viatura pelo próprio pé, foi transportado de ambulância para o CHUC, "com suspeita de traumatismo craniano". Em declarações aos jornalistas, admitiu entretanto que devia ter permanecido no veículo até chegarem os meios de socorro: "Saí pelo meu próprio pé mas não devia ter saído. Já levei um raspanete dos médicos por causa disso."
Ao fim da noite, após ter recebido alta hospitalar, o cabeça-de-lista do Aliança às europeias afirmou aos jornalistas que os exames médicos realizados não revelaram qualquer problema, nem a si próprio nem ao ex-primeiro-ministro.
Santana Lopes permanecia ainda no hospital, pois estava "mais dorido", nas palavras de Paulo Sande. Mas estava bem de saúde, garantiu: "No final disto tudo não passou de um grande susto", afirmou.
"O acidente foi de grande aparato", reconheceu Paulo Sande. "É uma experiência que não desejo a ninguém."
A intervenção médica, completou, foi realizada "por precaução". "Imobilizaram-nos, depois trouxeram-nos [para o hospital] e chegaram à conclusão de que está tudo bem", afirmou.
O acidente ocorreu na autoestrada 1 (A1) ao quilómetro 136, na zona de Colmeias, entre Soure e Pombal, quando os dois seguiam de Coimbra para Lisboa, com o antigo primeiro-ministro a conduzir a viatura. Para o helicóptero aterrar e levantar, a via esteve cortada entre as 18.30 e as 19.27.
Relativamente ao desastre, Paulo Sande pouco se recorda: "Lembro-me do momento em que começámos a dar cambalhotas, de estar a ver a estrada e de deixar de a ver." Garante no entanto que "o automóvel ia devagar". "Não íamos a muito mais de 120 km/h, senão teria sido pior", assegurou.
Na opinião de Sande, o cansaço terá sido o principal motivo do acidente: "Este partido como é muito pequeno leva a que seja o presidente do partido a conduzir o automóvel", afirmou. "A verdade é que estas campanhas são muito cansativas."
"Hoje levantámo-nos às cinco da manhã nos Açores, e depois o dia inteiro de grande pressão que temos, sobretudo na sequência de muitos dias em que isto está a ser feito, este tipo de vida, este ritmo, esta pressão, acaba por gastar as pessoas, e é normal que tenha havido, é possível, mas não sei", salientou.
As ações de campanha agendadas para quarta e quinta-feira foram naturalmente canceladas, mas Paulo Sande garantiu que ambos vão "voltar à campanha o mais rapidamente possível".
Ao DN, fonte do Aliança contou que o líder do partido e o candidato às europeias regressavam de uma iniciativa de campanha em Coimbra e deslocavam-se para Cascais, onde Santana ia falar na conferência Eurotalks, às 18.30, no Museu Condes de Castro Guimarães.
Na sequência do acidente, várias figuras da política nacional manifestaram-se desejando as melhoras a Santana Lopes e a Paulo Sande. Foi o caso de André Ventura, cabeça-de-lista da coligação Basta, que deixou uma mensagem no Twitter.
Rui Tavares, cabeça-de-lista às eleições europeias pelo partido Livre, também aproveitou a mesma plataforma para lamentar o sucedido, lembrando que "há coisas mais importantes do que a competição eleitoral".
Também o primeiro candidato da CDU, João Ferreira, desejou hoje uma "recuperação pronta" ao seu concorrente do Aliança, quando foi questionado sobre o assunto durante uma arruada no centro histórico de Évora.
Entre os líderes dos principais partidos, a centrista Assunção Cristas desejou "um rápido restabelecimento" a ambos.