Rússia desvaloriza "especulações" sobre causas do acidente aéreo no Sinai

Porta-voz da presidência russa assegurou que Moscovo "não pode afastar nenhuma versão" mas insiste que não há conclusões da investigação
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A Rússia desvalorizou hoje as "especulações" sobre a queda do avião russo no Sinai, depois de o Reino Unido e os Estados Unidos terem admitido que ela pode ter sido provocada pela explosão de uma bomba a bordo.

"Todas as versões sobre o que se passou e as razões pelas quais isto aconteceu devem ser apresentadas pelos investigadores e, até agora, não ouvimos nenhum anúncio dos investigadores", disse à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Todas as outras explicações são informações não confirmadas ou especulações", acrescentou.

O porta-voz da presidência russa assegurou que Moscovo "não pode afastar nenhuma versão" sobre as causas do acidente, mas insistiu que não houve até ao momento nenhuma conclusão.

O Reino Unido e a Irlanda suspenderam temporariamente os voos de e para a estância turística egípcia de Sharm El-Sheikh, de onde partiu o avião acidentado no sábado.

Peskov afirmou que "voar ou não voar para algum local é um direito soberano" do Reino Unido, mas acrescentou que os aviões russos continuam a voar para aquela região.

Na terça-feira, num comunicado, o Governo britânico afirmou estar "preocupado porque o avião podem bem ter-se despenhado devido a um engenho explosivo". Um responsável dos Estados Unidos admitiu no mesmo dia que a explosão de uma bomba no aparelho é "um cenário altamente possível".

No Cairo, os investigadores já conseguiram extrair as informações de uma das caixas negras do Airbus A321 da companhia russa MetroJet, a caixa que contém os dados técnicos do voo.

A outra, que regista as conversas no 'cockpit', está bastante danificada e os investigadores admitem que seja mais difícil de analisar.

Num comunicado, o ministro da Aviação Civil do Egito afirmou hoje que os investigadores "ainda não têm provas ou dados que confirmem a hipótese" de a explosão de uma bomba ter causado o acidente, em que morreram todas as 224 pessoas a bordo.

"A hipótese de uma detonação no avião russo não é baseada em factos" e "o Egito quer que a investigação seja íntegra e minuciosa, para permitir estabelecer os factos aos olhos do mundo inteiro e preservar a segurança e a proteção da aviação civil", afirmou o ministro, Hossam Kamal.

O acidente aéreo foi reivindicado pelo ramo egípcio do grupo extremista Estado Islâmico, que remeteu pormenores para mais tarde e desafiou os investigadores a demonstrarem o que aconteceu.

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