Roubo a Tancos: ex-militar que tinha escapado já foi detido
Já foi encontrado pela Polícia Judiciária (PJ) o nono suspeito do assalto a Tancos. Trata-se de um ex-militar que estava colocado naquela base militar na altura do roubo, que tinha escapado à operação desta segunda-feira, realizada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e pela PJ.
Esta operação tem por base "factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico de armas, terrorismo internacional e tráfico de estupefacientes".
Ao que o DN apurou, este ex-militar - que não chegou a ser detetado na inspeção interna do Exército que instaurou três processos disciplinares - será apresentado esta quarta-feira ao juiz de instrução criminal.
A PJ tinha detido oito suspeitos do roubo a Tancos - todos civis - tendo cinco deles ficado em prisão preventiva, depois de terem sido interrogados pelo juiz de instrução criminal de Lisboa. Um deles é também arguido no inquérito ao furto das pistolas Glock da PSP.
Este ex-militar estava contratado pelo Exército na altura do roubo e terá recebido dinheiro do grupo de assaltantes para dar informações sobre as rotinas de segurança e sobre o material que estava guardado nos paióis. Não estava em nenhuma das moradas previstas pelos investigadores, e, segundo apuraram entretanto, estava de férias em Espanha.
O suspeito já não está ao serviço do Exército e terá ingressado recentemente na GNR. Contactado o comando-geral da Guarda para esclarecer a situação do arguido, não deu qualquer resposta.
Um outro militar, este no ativo no Exército, foi entretanto ouvido esta semana no DCIAP no âmbito também deste inquérito, como testemunha. Trata-se de um cabo a quem o comandante do Regimento de Engenharia 1 instaurou um processo disciplinar na sequência do processo de averiguações interno, dois dias depois do furto, para apurar falhas de segurança aos paióis.
Segundo o relatório do Ministério da Defesa, "Tancos - Factos e documentos" -, ficou provado que, apesar de o militar saber que não tinham sido realizadas quaisquer rondas pelos soldados da Guarda de Polícia aos Paióis Nacionais de Tancos (PNT) na noite em que se estima ter ocorrido o furto, incitou os soldados da Guarda de Polícia aos PNTT a prestarem falsas declarações, no sentido de que as tinham realizado, no âmbito do processo de inquérito à Policia Judiciária Militar, detalhando horas e parelhas de militares das alegadas rondas.
Este processo disciplinar iniciou-se no dia 14 de agosto de 2017, tendo o despacho decisório determinado a aplicação de uma pena de seis dias de proibição de saída sido proferido no dia 17 de novembro. A pena foi cumprida.