Operação Marquês: Ivo Rosa chama Ricardo Salgado
Ricardo Salgado não pediu a abertura de instrução no Processo Marquês e por isso não estava previsto que fosse ouvido pelo juiz Ivo Rosa nesta fase. No entanto, o facto de ter sido referenciado em vários dos interrogatórios já efetuados levou o magistrado a convocar o antigo presidente do Grupo Espírito Santo para prestar depoimento.
Segundo soube o DN os advogados dos vários arguidos - há 28 acusados, 19 pessoas e nove empresas - foram notificados na manhã desta terça-feira dessa diligência.
O banqueiro está acusado de corrupção ativa de titular de cargo político, corrupção ativa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.
Na investigação do Processo Marquês, que tem no antigo primeiro-ministro José Sócrates a figura mais mediática, o MP acredita que 17,4 milhões de euros dos mais de 20 milhões reunidos por Carlos Santos Silva, acusado de ser o testa-de-ferro do ex-governante, em contas bancárias na Suíça tiveram origem no Grupo Espírito Santo. Verbas essas que o MP diz que se destinavam a José Sócrates e que foram transferidas para Portugal entre dezembro de 2010 e abril de 2011. Operação que o empresário já justificou com o facto de poder aproveitar o Regime Extraordinário de Regularização Tributária.
Em causa estará também a "influência" de Ricardo Salgado junto do Governo em alguns negócios onde o GES participou como a contestação à OPA da Sonae sobre a PT em 2006/2007; a cisão da PT Multimédia; a venda da Vivo à Telefónica em 2010 e a compra de 22,28% do capital da Oi por parte da PT.