Nesta fase de arranque das obras, o Governo disponibilizou 202 mil euros, quase metade do apoio definido, estando prevista a libertação da restante verba à medida que todas as casas vão sendo recuperadas, num prazo máximo de 24 meses..O presidente da Câmara, António Eusébio, admitiu que os trabalhos já poderiam ter começado, mas, explicou, a instituição local responsável pelo desenvolvimento do projeto de reconstrução decidiu esperar pelos apoios, porque já estava a assumir os ordenados de técnicos que estão a trabalhar com a população afetada desde novembro.."Não avançaram logo com as obras por uma questão de prudência, até ter o contrato definitivo assinado", disse o autarca, lembrando que as primeiras verbas de apoio estatal foram entregues na semana passada..Apesar do atraso, o autarca faz um balanço positivo da forma como o processo de apoio às famílias tem decorrido, mas nota que os fundos atribuídos para a estabilização dos solos, tratamento de linhas de água e recuperação de caminhos são desadequados à realidade.."No âmbito da estabilização de emergência, existiram cortes muito elevados, nomeadamente no nosso concelho, em que tínhamos feito uma candidatura de 977 mil euros e vimos aprovada uma verba de 343 mil euros, sendo que 282 mil euros destinam-se à sementeira de espécies de cultura de solo, para a tratamento e proteção de encostas" disse..A natureza começou a trabalhar mais cedo e as encostas da serra de São Brás de Alportel já começam a estar estabilizadas com as primeiras ervas, razão por que António Eusébio lamenta ter em mãos uma verba tão elevada para a estabilização de encostas e menos de 100 mil euros para o tratamento de águas e caminhos..A Câmara Municipal de São Brás de Alportel já apresentou uma reclamação junto das entidades competentes pedindo a retificação dos valores..Durante a cerimónia de assinatura de consignação das primeiras obras de reconstrução será ainda apresentado o plano de intervenção social LARA, ao abrigo do Contrato Local de Desenvolvimento Social..Em outubro de 2012, o Governo oficializou uma ajuda financeira no valor de 1,5 milhões de euros para os municípios de Tavira e São Brás de Alportel, do distrito de Faro, afetados pelos incêndios florestais que ocorreram em julho..A São Brás de Alportel foi atribuído um apoio de 844 mil euros, 460 mil euros destinados à reconstrução de habitações, enquanto a Tavira foi atribuído um apoio de 667 mil euros, estando metade desta verba destinada à recuperação de habitações, explicaram os respetivos autarcas em outubro..Os incêndios que atingiram a Serra do Caldeirão, entre Tavira e São Brás de Alportel, de 18 a 21 de julho, queimaram uma área aproximada de 24 mil hectares, sobretudo espaços florestais, de acordo com a Autoridade Nacional da Proteção Civil..No caso de São Brás de Alportel ficaram 18 habitações destruídas, enquanto no concelho de Tavira o fogo destruiu sete habitações.