Rachel Kushner, Robin Robertson e Daisy Johnson entre finalistas do Man Booker

Esta edição do prémio, que será entregue no próximo mês conta entre as nomeçaões a autora mais jovem de sempre a ser nomeada e, pela primeira vez, um romance escrito em verso
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Anna Burns, Esi Edugyan, Daisy Johnson, Rachel Kushner, Richard Powers e Robin Robertson são os seis finalistas do Prémio Man Boker, a atribuir em outubro à melhor obra de ficção escrita em língua inglesa.

Os livros finalistas, anunciados nesta quinta-feira, são Washington Black, de Esi Edugyan, The Overstory, de Richard Powers, Milkman, de Anna Burns, The Long Take, de Robin Robertson, Everything Under, de Daisy Johnson, e The Mars Room, de Rachel Kushner, este último, o único já publicado em Portugal, pela Relógio d'Água, com o título O quarto de Marte.

Com um romance de estreia, Daisy Johnson, de 27 anos, torna-se a autora mais jovem de sempre a ser nomeada para finalista do prémio Man Booker.

Além disso, a lista deste ano inclui também, pela primeira vez, um romance contado em verso, The long take, do poeta Robin Robertson, que mistura poesia, prosa e fotografia.

O presidente do júri responsável pela escolha das obras, Kwame Anthony Appiah, considerou que cada um destes títulos de ficção é "um milagre da invenção estilística, em que a linguagem ocupa o centro do palco".

"Ainda assim, em todos os outros aspetos, são notavelmente diversos, explorando uma infinidade de assuntos que variam entre o espaço e o tempo. Da Irlanda à Califórnia, em Barbados e no Ártico, as histórias habitam mundos nos quais nem todos teremos estado, mas que podemos assim conhecer, enriquecendo-nos", acrescentou.

O presidente do júri acrescentou ainda que cada um destes romances "explora a anatomia da dor - entre os encarcerados e os escravos, numa sociedade fraturada pela violência sectária e até no mundo natural. Mas também há em cada um deles momentos de esperança".

A lista, que apresenta quatro mulheres e dois homens, abrange uma ampla gama de assuntos, desde um escravo de 11 anos que escapou de uma plantação de açúcar em Barbados, até a um veterano do Dia D que vive com transtorno de stress pós-traumático, passando por uma mulher condenada a prisão perpétua, que é obrigada a deixar um filho pequeno.

Este é o quinto ano em que o Prémio Man Booker está aberto a escritores de qualquer nacionalidade que escrevam em inglês e publiquem no Reino Unido e na Irlanda.

A lista curta deste ano distingue três escritores do Reino Unido, dois dos EUA e um do Canadá.

Além de Rachel Kushner, que tem ainda publicados em Portugal, também na Relógio d'Água, Os lança-chamas e Telex de Cuba, outros dois autores nomeados têm obras traduzidas para português.

A canadiana Esi Edugyan está publicada em Portugal pela D.Quixote, através do seu livro finalista do Prémio Man Booker 2011, Um blues mestiço, e o norte-americano Richard Powers, com O eco da memória, vencedor do National Book Award e finalista do Prémio Pulitzer, em 2006.

Pelo caminho ficaram sete livros que constavam da longa lista de finalistas, entre os quais Warlight, o mais recente romance de Michael Ondaatje - que foi este ano distinguido com o prémio Booker "dourado", atribuído ao melhor premiado de todas as edições do galardão, com o romance "O doente inglês" -, e "Sabrina", do cartoonista norte-americano Nick Drnaso, a primeira novela gráfica a figurar nas listas de candidatos a um dos principais prémios literários da língua inglesa, ao fim de 50 anos de história.

O prémio Man Booker, no valor de 50 mil libras (mais de 56 mil euros), distingue anualmente um livro de ficção escrito em inglês e publicado no Reino Unido no ano do galardão, independentemente da nacionalidade do autor.

O vencedor vai ser anunciado no dia 16 de outubro.

Em 2017, o Prémio Man Booker foi atribuído ao norte-americano George Saunders, com o romance Lincoln no Bardo (Lincoln in the Bardo), publicado em Portugal pela Relógio d'Água.

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