Queda do helicóptero do INEM. Relatório preliminar aponta falhas "nos procedimentos"
O relatório preliminar da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), pedido pelo ministro da Administração Interna, à queda do helicóptero do INEM, admite que não foram observados "os procedimentos" relativos à resposta ao acidente de sábado que fez quatro mortos.
Na nota divulgada pelo Ministério da Administração Interna, o relatório preliminar vai ser enviado ao ministro da Defesa, ao ministro do Planeamento e Infraestruturas "para esclarecimento das circunstâncias da não observância dos procedimentos previstos na Diretiva Operacional n.º 4 - dispositivo Integrado de Resposta a Acidentes com Aeronaves pela Força Aérea e pela NAV {Navegação Aérea de Portugal]".
A Diretiva Operacional n. º4, da ANPC, determina que assim que haja conhecimento de um acidente com uma aeronave deve, em primeiro lugar, e o mais rápido possível, informar-se o Centro de Busca e Salvamento da Força Aérea.
O documento com as conclusões do relatório preliminar vai ser também enviado ao primeiro-ministro, António Costa, à ministra da Saúde, Marta Temido, e à Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, "para os devidos efeitos".
Esta segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República instaurou um inquérito "para apurar as circunstâncias que rodearam a ocorrência". "As investigações são dirigidas pelo Ministério Público do DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] do Porto", afirma a Procuradoria-Geral da República, em resposta a questões da agência Lusa.
Perante as conclusões do documento, que vai ser divulgado na manhã desta terça-feira, o Ministério da Administração Interna pede à Proteção Civil que sejam aprofundadas "as circunstâncias que rodearam a comunicação da ocorrência e a mobilização de meios de socorro visando a plena caracterização dos factos".
O Governo pede ainda à ANPC a "apresentação de propostas de correção de procedimentos normativos aplicáveis".
A queda de um helicóptero do INEM, ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto, causou a morte aos quatro ocupantes: dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira.