Quase 50 editores exigem novas datas para Feira do Livro
"Eles não nos ouvem e agora vão deparar-se com uma lista de dezenas de editores que estão contra esta data e este horário", disse à Agência Lusa Luís Oliveira, da editora Antígona.
O problema, afirmou, é que a feira, que começou a 23 de abril e termina este domingo, decorreu em dias de chuva e frio, o que afastou clientes e dificultou o trabalho dos editores e livreiros.
"Não faz sentido as pessoas estarem aqui a rapar frio em noites de chuva", argumentou Luís Oliveira, afirmando que os subscritores do abaixo-assinado querem que a feira volte a realizar-se "no fim de maio e entrando em junho", como aconteceu "durante décadas".
A justificação da APEL, afirmou, foi que os pavilhões da Feira de Lisboa são precisos na Feira do Porto "porque o (presidente da Câmara do Porto] Rui Rio só quer aquelas datas", mas isso não convence os editores e livreiros, que expressam a sua "revolta com esta mentalidade corporativa".
Luís Oliveira insurgiu-se contra a "negociata" e contra a justificação da APEL, que "prejudica grandemente os editores, sujeitos a estas datas impostas pela APEL".
O editor acrescentou que "o Porto sempre fez a sua Feira do Livro no Pavilhão Rosa Mota e nunca precisaram de Lisboa".
"Isto é inaceitável da parte da APEL, aquela gente não pensa e impõe a lei da estupidez", criticou Luís Oliveira, reiterando que com tempo mais ameno, a feira teria corrido melhor para clientes e para livreiros.
O abaixo-assinado reclama também a mudança de horários porque os atuais (das 12:30 à meia noite e das 11:30 à meia-noite aos fins de semana) são "penosos, para escravos".
Com 49 editoras e livreiros representados, alguns deles membros da direção da APEL, Luís Oliveira espera que se consiga "obrigar a APEL a dialogar".