O PSD compromete-se a viabilizar um futuro orçamento retificativo para permitir injeções do Novo Banco, mas apenas se a auditoria que está em curso o vier a comprovar.."O Estado tem de ser uma pessoa de bem", começou por assegurar o deputado do PSD, Duarte Pacheco, acrescentando que a "transferência só pode ser feita depois de conhecida a auditoria e se o valor for devido", frisou o parlamentar..E caso seja essa a conclusão da auditoria, "o PSD compromete-se a aprovar ", assegurou o coordenador social-democrata na Comissão de Orçamento e Finanças (COF). "Temos de cumprir os compromissos, mas os contratos têm duas partes: pago a conta que é devida, não a que me apresentam", afirmou.."Não está em causa o dinheiro dos contribuintes", insistiu o deputado do PS João Paulo Correia. "É uma bomba atómica para o sistema financeiro", atirou o parlamentar.."Aprovar a verba e dizer que se leva a sério a auditoria em causa é uma mentira", apontou a deputada bloquista, Mariana Mortágua, insistindo que em causa está "a transparência". "O PS ainda está a tempo de se juntar a esta proposta", desafiou a parlamentar..O CDS também anunciou que não vai mudar o sentido de voto, abstendo-se o que permite viabilizar a norma..A viabilização da norma do Bloco de Esquerda foi aprovada no último dia de votações na COF. Uma surpresa à vigésima quinta hora e que teve os apoios do PSD, PCP, PAN e BE. A abstenção do CDS e os votos contra do PS, da Iniciativa Liberal e do Chega que agora se vai abster, anunciou o deputado único, André Ventura, assegurando que "a proposta está juridicamente mal concebida" e por isso não vota a favor..O secretário de Estado das Finanças insistiu que esta decisão pode abalar o sistema financeiro e pôr em causa a credibilidade do país. "Qual é o calendário para a conclusão da auditoria do Tribunal de Contas?", questionou João Nuno Mendes. "O Novo Banco vai ficar até ao final do ano de 2021?", insistiu..O Governo pediu uma pausa de 15 minutos e depois o PS pediu mais uma pausa adicional de 20 minutos..O PSD votou ontem ao lado do Bloco de Esquerda para bloquear a transferência de 476 milhões de euros para o Novo Banco. Esta quinta-feira confirmou esse sentido de voto, mas diz estar disponível para votar a favor num retificativo..O ministro das Finanças, em entrevista ao Dinheiro Vivo e à TSF, já tinha admitido este cenário de um OE retificativo..Disse que "no contexto de incerteza não devemos excluir nada, e eu assumi isso desde junho, quando mo perguntaram na Assembleia no âmbito da aprovação do Suplementar. E nunca excluí isso porque temos um grau de incerteza em Portugal e em toda a Europa muito elevado. É difícil antecipar o que é que vai ser necessário daqui a três ou seis meses. Não identificamos neste momento a necessidade de ter qualquer retificativo, mas não poderia ser sério se excluísse à partida a necessidade de um retificativo em 2021, perante a dimensão da incerteza.."Tenho dificuldade em perceber que um orçamento com estas características não seja aprovado".Em atualização