Em declarações à agência Lusa, o presidente da concelhia socialista de Faro considerou que o comunicado enviado hoje pelo autarca a dizer que iria manter-se à frente da câmara, depois de ter recebido a aclaração pedida ao Tribunal Constitucional, representa uma "reiterada atitude de desrespeito pelas decisões" judiciais e uma "tentativa de vitimização".."A lei eticamente justa é a lei da República. Este comunicado do engenheiro Macário Correia não passa de uma repetida manobra dilatória de alguém que de facto se julga acima de toda a gente, acima da lei e acima dos próprios tribunais", afirmou Luís Graça..O dirigente partidário apelou a todos os partidos com assento na Assembleia Municipal de Faro para se juntarem ao PS e aprovarem uma moção de censura ao presidente da autarquia que os socialistas irão apresentar numa reunião extraordinária desse órgão, prevista para 22 de fevereiro..A posição do PS surge depois de Macário Correia ter afirmado hoje que tomou conhecimento do teor da aclaração que pediu ao Tribunal Constitucional (TC) sobre a sua perda de mandato, que não divulga, assegurando que se manterá em funções na autarquia.."Acabei de tomar conhecimento da aclaração que solicitei ao Tribunal Constitucional", referiu o autarca do PSD em comunicado, sem especificar o resultado da aclaração pedida ao TC. .No mesmo comunicado, Macário Correia adiantou apenas que "serão, no prazo legal, interpostos os procedimentos adequados", mas sem precisar quais..A Lusa não conseguiu até ao momento obter esclarecimentos sobre este caso junto do Tribunal Constitucional..Em causa está a condenação de Macário Correia à perda de mandato, decidida pelo Supremo Tribunal Administrativo por violação dos mecanismos de ordenamento do território e confirmada pelo Tribunal Constitucional, depois de negar provimento a um recurso apresentado pelo autarca, decisão que foi conhecida em janeiro. .No dia 25 de janeiro, o autarca anunciou numa conferência de imprensa que iria pedir uma aclaração do acórdão do Tribunal Constitucional, que considerou que o recurso de Macário Correia não cumpria os pressupostos para que aquele tribunal se pudesse pronunciar sobre o caso.