Os professores que se dizem indevidamente excluídos dos concursos concentraram-se esta segunda-feira, no Porto, para exigir ao Ministério da Educação que resolva a situação com "a maior brevidade possível", lembrando estar há 107 dias na "incerteza e angústia".."Há um conjunto de professores que concorreram a um concurso de vinculação extraordinária, procurando resolver parte importante da sua vida com caráter definitivo, e viram-se excluídos dessa possibilidade de vinculação", disse o dirigente do Sindicato dos Professores do Norte, Henrique Borges..O também membro do secretariado nacional da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) referiu que, entre os mais de 300 docentes sujeitos à exclusão indevida, ocorrida no passado mês de julho, mais de 100 ainda se encontram a aguardar a "plena resolução" da sua situação.."Uns já têm a sua situação resolvida, outros ainda não, aguardam uma resposta ao recurso hierárquico, já lá vão 107 dias", frisou..O sindicalista salientou que existem "inexplicáveis disparidades temporais" no tratamento de situações em casos idênticos..O "prejuízo e desgaste já é enorme" entre os docentes que viram as suas candidaturas "indevidamente excluídas" e ainda aguardam por respostas pelo vínculo na carreira docente e/ou pela colocação na escola a que teriam direito.."Esta situação é extremamente angustiante e totalmente inaceitável", tendo um número significativo de professores "interposto já uma ação judicial", sustentou..O dirigente sindical ressalvou que os docentes que ainda se encontram sem resposta ao recurso hierárquico ou que se encontram a aguardar a sua execução estão sem salário, estão qualquer informação oficial e viram-se ultrapassados por professores com menor graduação profissional..Por esse motivo, Henrique Borges garantiu que "até que o último professor seja colocado", o sindicato "não vai dar descanso" ao Ministério da Educação..Graça Feitais, professora, revelou que esta espera causa instabilidade a vários níveis, nomeadamente a nível pessoal, sublinhando que se o não tivesse havido erros estaria a lecionar. "Desde julho que não tenho uma vida normal à espera de uma resposta", asseverou..Também Helena Peixoto, a aguardar há 107 dias por uma resposta, adiantou ter avançado com uma ação judicial para resolver uma situação que não provocou. Além disso, contou que por não estar a exercer teve de recorrer ao subsídio de desemprego e deixou de ter direito à ADSE, sofrendo de uma doença crónica que se viu agravada por esta "espera angustiante"..Já Lúcia Letra, professora de Informática há 20 anos, comentou que soube que foi vinculada na sexta-feira às 20:00, mas essa decisão não foi comunicada ao diretor da escola onde foi colocada. "É inadmissível esta situação, esperamos 107 dias quase como criminosos perante a sociedade. Nós queremos trabalhar, não queremos estar em casa".