Novo ministro da Educação de Bolsonaro é pastor evangélico. É o quarto em ano e meio de governação

Em ano e meio, Milton Ribeiro é o quarto ministro a liderar a tutela da Educação no governo brasileiro.
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O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, nomeou esta sexta-feira o professor e pastor presbiteriano Milton Ribeiro para ministro da Educação, sucedendo no cargo a Carlos Decotelli, que se demitiu antes de tomar posse.

O anúncio foi feito pelo próprio chefe de Estado na rede social Facebook, onde partilhou parte do currículo de Milton Ribeiro.

"Indiquei o professor Milton Ribeiro para ser o titular do Ministério da Educação. Doutor em Educação pela USP (Universidade de São Paulo), mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e graduado em Direito e Teologia. Desde maio de 2019, é membro da Comissão de Ética da Presidência da República", escreveu Bolsonaro na rede social Twitter, onde partilhou ainda uma fotografia do novo governante.

Milton Ribeiro será o quarto ministro a liderar a tutela da Educação desde o início do atual executivo, há um ano e meio. Sucede a Ricardo Vélez Rodríguez, Abraham Weintraub e Carlos Alberto Decotelli.

Após o anúncio de Bolsonaro, a nomeação de Milton Ribeiro foi publicada numa edição extra do Diário Oficial da União.

Segundo o seu currículo académico na plataforma Lattes, Milton Ribeiro é licenciado e mestre em Direito, e possui doutoramento em Educação. Foi também vice-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.

Milton Ribeiro é ainda militar da reserva do Exército, de acordo com o portal de notícias G1.

O pastor presbiteriano substitui assim Carlos Decotelli, que se demitiu do cargo ministerial em 30 de junho, uma semana após ser nomeado e antes mesmo de tomar posse, devido a várias polémicas com o seu currículo, como suspeitas de falsos títulos académicos e de plágio.

O currículo de Decotelli, o primeiro ministro negro do Governo de Bolsonaro, estava manchado com alegadas irregularidades: denúncia de plágio na dissertação de mestrado da Fundação Getúlio Vargas (FGV), falso título de doutoramento pela universidade argentina e o pós-doutoramento que não foi realizado.

Decotelli, também ele militar, tinha sido nomeado para substituir o anterior ministro Abraham Weintraub, que teve uma gestão marcada por polémicas.

Ao longo do tempo em que integrou o executivo de Jair Bolsonaro, Weintraub acumulou desavenças com reitores de universidades, estudantes e parlamentares, após ter decretado duros cortes na Educação, assim como causou problemas diplomáticos com a China e Israel.

Mais recentemente, entrou em conflito com juízes do Supremo Tribunal federal (TSF), ao defender a prisão dos magistrados, sendo alvo de dois inquéritos que tramitam naquela que é a mais alta instância do poder judicial brasileiro.

Weintraub deve agora assumir uma cargo na representação brasileira na direção do Banco Mundial, com sede em Washington, nos Estados Unidos da América.

Milton Ribeiro torna-se assim no quarto ministro da Educação do Governo de Bolsonaro, depois de Decotelli, Weintraub e de Ricardo Vélez, naquela que é uma das tutelas com mais instabilidade no atual executivo.

Atualizado às 23:07

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