"Temos uma pandemia que continua a crescer. Hoje são mais de três mil os novos casos de infeção, como brevemente será conhecido", declarou, esta quarta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, referindo-se ao boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), que será divulgado esta tarde..As declarações da ministra foram proferidas durante a Comissão de Saúde, onde estava a ser ouvida pelos deputados sobre "as dificuldades que o Centro Hospitalar de Setúbal está a enfrentar"..Marta Temido destacou o programa de vacinação, que "tem de continuar a ser realizado", acompanhado e efetivado.."Temos cuidados para recuperar, e temos um conjunto de respostas para dar, em mais um inverno, que será naturalmente mais um inverno com lutas e desafios para superar, mas para o qual estamos cá para responder, juntamente com os profissionais de saúde", admitiu Marta Temido..A ministra disse ainda que "apesar das circunstâncias, que pontualmente possam ser circunstâncias que precisam de ser melhoradas, a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) como um todo é sempre aquilo que nos une acima de qualquer outra coisa"..Ainda nesta quarta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, exprimiu gratidão à ciência pela rapidez na descoberta de vacinas contra a covid-19, e voltou a remeter para quinta-feira declarações sobre novas medidas para combater a pandemia..No final da cerimónia de entrega da 1.ª edição do Prémio Maria de Sousa, em Lisboa, os jornalistas tentaram questionar António Costa sobre o número crescente de casos em Portugal e eventuais decisões do Governo.."Amanhã é dia de falar, hoje ainda é dia de ouvir", disse apenas o primeiro-ministro, que receberá durante a tarde PSD e PS em São Bento, depois de na terça-feira ter ouvido os restantes partidos, antes do Conselho de Ministros de quinta-feira..Na sua intervenção na entrega do prémio a cinco jovens investigadores, Costa salientou que, nos últimos dois anos, a sociedade portuguesa e mundial tem compreendido "da forma mais traumática possível a importância da ciência", devido à pandemia de covid-19.."Quando comparamos o que acontece nos países com maior taxa de vacinação com o que acontece nos países com menor taxa de vacinação, não temos a menor dúvida da gratidão que devemos a quem, em tão pouco tempo, foi capaz de encontrar a vacina", destacou..O primeiro-ministro considerou que, "de toda esta situação traumática", "o maior ganho civilizacional que vai ficar será a compreensão do cidadão comum pela importância do investimento em ciência e produção de conhecimento".."Se é fácil... Bom, nenhum primeiro-ministro dirá que é fácil e todos os cidadãos sabem que não é fácil. Agora, é precisamente esse esforço que transformou a ciência em algo que todos perceberam que é fundamental", defendeu..Na sua intervenção, no encerramento da cerimónia, Costa manifestou ainda gratidão aos profissionais de saúde que "têm sido capazes de se adaptar e encontrar novas terapias, novas formas de abordar uma doença até então desconhecida".Com Lusa