Portalegre. GNR sem meios para travar festa ilegal com 50 convidados

Com apenas dois militares de serviço, a Guarda Nacional Republicana não tem meios suficientes para travar, em Alter do Chão, uma festa de casamento que já dura há vários dias no bairro da Horta das Furnas e que junta mais de 50 convidados, num concelho onde o contágio por Covid-19 está classificado como sendo de risco extremo.

A denúncia foi feita este domingo, 27 de dezembro, pela Associação de Profissionais da Guarda (APG) em declarações à TSF. De acordo com a rádio, o coordenador da associação na região Sul, António Barreira, admitiu que, apesar de diversas patrulhas se terem deslocado ao local nos últimos dias na sequência de queixas de moradores do bairro da Horta das Furnas, não foi possível aos militares porem fim às celebrações.

"A patrulha, quando lá chegou, foi rodeada por alguns indivíduos da referida comunidade", conta o coordenador da Associação dos Profissionais da Guarda. António Barreira acrescenta que o veículo da patrulha policial foi pontapeado e também se registou o "arremesso de um cigarro aceso para dentro da viatura", relatou António Barreira à TSF.

A APG garante que a falta de militares em Portalegre, que exige um desdobramento extremo dos recursos humanos disponíveis, põe em causa a segurança da população e o cumprimento da lei.

"Um posto que tem dois homens de serviço poderá também ter de assegurar outro concelho vizinho. Chega a haver, muitas das vezes, situações em que se está a tomar conta, durante um período de oito horas, de três concelhos, explicou o coordenador da APG.

Segundo o responsável, a APG já exigiu ao Ministério da Administração Interna os meios necessários para atuar eficazmente no terreno e até já mobilizou a ajuda da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo para que reporte ao governo e ao ministro competente a carência de meios do Comando de Portalegre.