Polícia que prendeu filho de "El Chapo" foi assassinado com 155 balas

A detenção - e posterior libertação do filho de Joaquín "El Chapo" Guzman, em outubro, foi um embaraço para as autoridades e para o presidente mexicano. Um dos polícias que prendeu o filho do traficante foi brutalmente executado.
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Um dos polícias que prendeu, em outubro, o filho de Joaquin "El Chapo" Guzman, foi assassinado com 155 balas no parque de estacionamento de um centro comercial no México.

De acordo com a Sky News, o "ataque brutal" aconteceu no bairro Las Moras, em Culiacan, a cidade dominada pelos gangues e violência relacionada com o tráfico de drogas e o "ninho" do Cartel de Sinaloa, liderado por "El Chapo".

As imagens das câmaras de vigilância mostram os dois assassinos a parar ao ao lado de um Nissan branco no estacionamento, a atirarem sobre o polícia e depois a regressarem ao carro. Foram apenas 30 segundos, mas disparados 155 tiros.

A morte do agente foi confirmada pela polícia nas redes sociais, que também adiantou que a vítima esteve envolvida na captura e na posterior libertação de Ovidio Guzman.

Depois da detenção do filho de "El Chapo", houve carros incendiados, lojas fechadas, ruas desertas e um longo e intenso tiroteio entre membros do cartel Sinaloa e as forças de segurança. As autoridades foram mesmo "obrigadas" a libertar o vídeo Guzmán, de 28 anos, para evitar um banho de sangue. Pelo menos, duas pessoas morreram.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, defendeu as forças de segurança do país, dizendo que estes salvaram vidas ao libertar Guzmán. "A captura de um criminoso não pode valer mais do que a vida das pessoas", disse López Obrador, que descreveu a operação policial como "muito violenta".

"Esta decisão foi tomada para proteger os cidadãos ... Não podemos combater fogo com fogo", acrescentou. "Não queremos mortes. Não queremos guerra", reforçou o chefe de Estado, em outubro.

Ovidio Guzman, 28 anos, foi acusado de tráfico de droga nos Estados Unidos e detido numa casa em Culiacán a 17 de outubro. A operação foi planeada com tempo, o governo norte-americano pediu a prisão do filho do antigo líder do cartel de Sinaloa e a sua extradição a 13 de setembro. As autoridades aguardavam por um mandato de busca à casa, que acabou por não ser necessário, quando os membros do cartel disparam contra os polícias. Guzman esteve preso durante três horas, antes de ser libertado pelas autoridades para evitar mais conflitos.

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