Bala que matou comando não pertencia ao lote das armas de serviço
A PJ Militar (PJM) deteve esta quarta-feira um militar "pela presumível autoria de um crime de homicídio" no interior do Regimento da Carregueira.
A informação consta de um comunicado da PJM e refere-se a uma morte que inicialmente se admitiu ter sido suicídio.
O caso ocorreu a 21 de setembro deste ano, quando um soldado natural da Madeira e que estava de folga morreu no interior do quartel da Carregueira.
Segundo fontes ouvidas pelo DN, a tese do suicídio de Luís Teles foi afastada com base nos resultados das perícias laboratoriais.
A ausência de pólvora nas mãos do soldado morto foi um dos resultados das perícias que permitiram afastar a hipótese de suicídio, adiantaram as fontes.
O militar alegadamente responsável pela morte, de origem africana, foi detido pela PJM ao princípio da tarde e por ordem do comandante do regimento - a pedido da procuradora titular do processo - após regressar de uma ida ao Hospital das Forças Armadas /(HFAR).
O militar detido, com base num mandado de detenção do Ministério Público de Sintra, estava de guarda ao quartel naquele dia e foi com um disparo da sua espingarda G3 que o militar madeirense morreu.
Desconhecem-se ainda as razões que estiveram na base do disparo que provocou a morte do soldado madeirense, que tinha vindo há pouco tempo da missão na República Centro-Africana e pertencia à mesma equipa do militar agora detido.
Segundo uma das fontes, a bala com que o soldado Luís Teles foi morto não era do lote correspondente às armas de serviço, o que suscita a questão de saber se houve eventual premeditação por parte do soldado que naquele dia estava de guarda ao paiol do quartel da Carregueira.
O detido vai agora ser presente a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação "tidas por adequadas", admitindo algumas fontes que tal ocorra apenas na sexta-feira devido à greve em curso no setor.