Pardal Henriques candidato pelo PDR deixa de ser porta-voz dos motoristas
"Não serei mais o porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, por forma a não misturar o que poderia ser interpretado como campanha eleitoral". É desta forma que o advogado Pedro Pardal Henriques informa, em comunicado, que deixará de representar publicamente os motoristas.
A decisão surge na sequência da sua entrada nas listas do Partido Democrático Republicano (PDR) para as eleições legislativas, oficializada neste dia.
Pardal Henriques, o rosto mais mediático da greve, deixará de falar pelos motoristas -- "para que pelo menos a minha agenda fique esclarecida, (faltando esclarecer a do porta-voz da ANTRAM e das suas nomeações pelo PS)", escreve -- mas não abandona o sindicato.
"Continuarei a representar juridicamente este Sindicato, assim como o Sindicato dos Seguranças e Vigilantes de Portugal, o Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa, assim como outros Sindicatos e causas que aceitei defender, e fá-lo-ei com a mesma determinação, dinamismo e empenho como emprego em todas as causas que defendo", acrescenta.
O advogado faz ainda uma espécie de defesa preventiva às críticas que espera: "Dirão (como já disseram) que me quis aproveitar da causa dos motoristas para me autopromover. No entanto, quem me conhece sabe perfeitamente que defendo esta causa desde 2017, e nunca foi a minha intenção iniciar uma carreira política".
A sua candidatura pelo partido do antigo bastonário dos advogados Marinho Pinto, garante, surge por acreditar "que podemos voltar a recuperar os valores de Abril".
Leia o comunicado na íntegra:
Venho preste meio comunicar que aceitei o convite para integrar a lista do PDR como cabeça de lista pelo círculo de Lisboa.
Tomei esta decisão depois de ponderar bastante e de conferenciar com a minha família, e fi-lo consciente de que pretendo ser uma voz ativa por todas as causas que tenho vindo a defender, e que considero que hoje não estão representadas no Parlamento Português.
Veja-se por exemplo a reação dos Partidos Políticos, e em especial dos partidos com assento parlamentar relativamente à utilização de todos os meios possíveis para através da força e da aliança com as empresas, dizimar os direitos constitucionais dos trabalhadores, que reclamam unicamente o pagamento do trabalho que fazem, sem esquemas fraudulentos.
Face ao exposto, e para que pelo menos a minha agenda fique esclarecida, (faltando esclarecer a do porta-voz da ANTRAM e das suas nomeações pelo PS), venho por este comunicar que a partir deste momento não serei mais o Porta-Voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, por forma a não misturar o que poderia ser interpretado como campanha eleitoral.
No entanto, continuarei a representar juridicamente este Sindicato, assim como o Sindicato dos Seguranças e Vigilantes de Portugal, o Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa, assim como outros Sindicatos e causas que aceitei defender, e fá-lo-ei com a mesma determinação, dinamismo e empenho como emprego em todas as causas que defendo.
Aqueles que não sabem como me atacar mais, dirão (como já disseram) que me quis aproveitar da causa dos motoristas para me autopromover. No entanto, quem me conhece sabe perfeitamente que defendo esta causa desde 2017, e nunca foi a minha intenção iniciar uma carreira política. A estas pessoas que possam utilizar esses argumentos baixos, apenas questiono o porquê não tiveram coragem de assumir esta ou outras causas como estas? É mais fácil criticar ou manter-se conivente com os esquemas instalados no nosso Estado.
Assim, continuarei a exercer a advocacia e a defender todas as causas em que acredito, e em especial o o novo Sindicalismo Independente, mas pretendo fazê-lo com uma voz ativa contra a HIPOCRISIA e a CORRUPÇÃO no Parlamento Português, não me conformando com a agressão aos Direitos Fundamentais dos trabalhadores, dos pensionistas, e daqueles que sofrem diariamente pelos ataques desferidos pelos poderes coligados no nosso Estado de Direito.
Candidato-me para defender e representar estas causas, contra a Corrupção.
Candidato-me mas não abandonarei as causas que represento.
Candidato-me porque acredito que podemos voltar a recuperar os valores de Abril.