Os cruzeiros voltaram aos mares e a covid já reapareceu em dois
Trinta e seis elementos da tripulação do navio de cruzeiros norueguês MS Roald Amundsen testaram positivo à covid-19, com as autoridades a tentar localizar os passageiros que viajaram a bordo desde meados de julho. A Hurtigruten, proprietária do navio que faz viagens pelo Ártico, foi a primeira a retomar as viagens, ainda em junho, após três meses de paragem por causa da pandemia.
Do outro lado do mundo, no Pacífico, foi detetado um caso do novo coronavírus a bordo do Paul Gauguin, que navegava entre as ilhas de Bora Bora e Rangiroa, com o navio a regressar a Papeete, no Tahiti, onde todas as pessoas a bordo foram testadas.
Os surtos de covid-19 nos navios de cruzeiro em fevereiro obrigaram a indústria a parar, com vários países a fechar os seus portos, mas aos poucos as viagens começaram a ser retomadas.
A Grécia, por exemplo, já reabriu seis dos seus portos. Mas há países que ainda mantêm restrições, como a Itália, o que levou a Carnival Cruises a adiar o retomar de atividade, que estava previsto para o início deste mês de agosto. Nos EUA, o Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças proibiu os navios de cruzeiro de atracar até pelo menos setembro.
No navio norueguês, foram realizados exames de despistagem aos 158 tripulantes a bordo, resultando em 36 casos positivos, 33 de nacionalidade filipina, um francês e outro norueguês, todos assintomáticos.
O navio está ancorado no porto de Tromso, a quase 1150 quilómetros de Oslo, onde quatro elementos da tripulação estão hospitalizados desde sexta-feira, após terem manifestado sintomas durante a última semana, que não foram considerados "típicos" do novo coronavírus, explicou a empresa.
Assim que atracou em Tromso, proveniente do arquipélago de Svalbard, os funcionários do Roald Amundsen permaneceram em quarentena a bordo do navio, ao contrário dos viajantes, que foram aconselhados a cumprir quarentena.
As autoridades norueguesas tentam localizar outras pessoas envolvidas em viagens anteriores do Roald Amundsen, estimando-se que haja riscos de contágio em cerca de 380 elementos, entre membros da tripulação e passageiros, que participaram no cruzeiro entre 17 e 24 de julho.
No Pacífico, o Paul Gauguin (propriedade da Ponant) detetou um caso de covid-19 a bordo, obrigando a abortar a viagem. Era a segunda que fazia, a primeira aberta a turistas estrangeiros, depois de uma primeira viagem apenas para a população local em julho.