Obrigada a viajar com filho ao colo porque United Airlines revendeu bilhete da criança
Uma mulher foi obrigada a viajar de avião com o filho de dois anos no colo após a companhia aérea United Airlines ter revendido o bilhete da criança a outro passageiro. O bilhete da criança custou 969 dólares, o equivalente a 855 euros, e foi revendido por 75 dólares, 66 euros, ao passageiro que tomou o lugar do menino de dois anos.
Shirley Yamauchi e o filho, Taizo, estavam na última escala de uma viagem de 18 horas de Havai para Boston, nos Estados Unidos. A viagem estava a correr bem até que, no percurso entre Houston e Boston - de três horas e meia -, o lugar de Taizo foi atribuído a outro passageiro.
"Fiquei muito chocada e confusa. Eu disse-lhe que tinha comprado bilhetes para dois lugares", contou Shirley à KITV, afiliada da ABC. "A assistente de bordo veio, encolheu os ombros e disse 'o voo está lotado'".
A professora, que ia a uma conferência em Boston, foi obrigada a levar a criança no colo. "Ele estava a dormir todo contorcido e no final, infelizmente, estava [a dormir] em pé no meio das minhas pernas", contou Shirley.
Fotografias do menino no colo da mãe durante o voo foram partilhadas na internet.
Shirley disse que não quis reclamar nem fazer um escândalo porque se lembrou da história do passageiro arrastado para fora de um avião da United Airlines em abril. O passageiro David Dao, de 69 anos, foi agredido no avião e sofreu vários ferimentos.
"Estava a viajar com uma criança, não queria que nenhum de nós fosse magoado", disse a professora.
Além de desconfortável, Taizo estava a viajar de uma maneira insegura segundo a Administração Federal de Aviação norte-americana. A autoridade desaconselha que as crianças viagem ao colo dos pais porque "os braços não são capazes de agarrar uma criança em segurança, especialmente em caso de turbulência".
O passageiro ao lado estava em lista de espera e conseguiu comprar o bilhete de Taizo por 75 dólares. A United Airlines pediu desculpa a Shirley e ao menino, reembolsou-os pelos bilhetes, deu-lhes um voucher de viagem e explicou o sucedido.
"Nós digitalizámos incorretamente o bilhete do filho da sra. Yamauchi. Como resultado, o lugar do filho aparecia como livre e os funcionários atribuíram o lugar a outro cliente", explicou a companhia aérea.
A United Airlines tem sido muito criticada nos últimos meses, desde que o vídeo de David Dao a ser arrastado do avião se tornou viral. Depois disso surgiram ainda outras histórias de pessoas agredidas e obrigadas a cederem o lugar, a urinar em copos porque não lhes deixavam ir a casa de banho e de um casal de noivos expulso de um voo quando viajava para celebrar o casamento.
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