Governo decreta na terça-feira um dia de luto nacional pela morte de Agustina Bessa-Luís

"Portugal perdeu uma das suas mais notáveis escritoras contemporâneas", lê-se na nota de pesar do primeiro-ministro, António Costa.
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O Governo, por indicação do primeiro-ministro, António Costa, decretou na terça-feira um dia de luto nacional pela morte da escritora Agustina Bessa-Luís, esta segunda-feira, aos 96 anos, no Porto, disse à agência Lusa fonte do executivo.

Numa nota de pesar publicada na rede social "Twitter", o chefe do governo apresenta as suas sentidas condolências à família e amigos de Agustina Bessa-Luis

"Portugal perdeu uma das suas mais notáveis escritoras contemporâneas. Como toda a grande literatura, a obra de Agustina Bessa-Luís é uma imensa tela sobre a condição humana, sobre o que temos de mais misterioso e profundo. Sentidas condolências à família e amigos", escreveu o primeiro-ministro.

Agustina Bessa-Luís nasceu a 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante, e, desde 2006, estava afastada da vida pública, por razões de saúde.

O nome de Agustina Bessa-Luís destacou-se em 1954, com a publicação do romance "A Sibila", que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz, que constam de uma lista de galardões que inclui igualmente o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, em 1983, pela obra "Os Meninos de Ouro", e que voltou a receber em 2001, com "O Princípio da Incerteza: Joia de Família".

A escritora foi distinguida pela totalidade da sua obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015.

Sobre Agustina, o ensaísta Eduardo Lourenço, em declarações à Lusa, no final da cerimónia da entrega do Prémio Eduardo Lourenço à autora, há pouco mais de três anos, disse que é "incomparável", é a "grande senhora das letras portuguesas".

Agustina recebeu ainda os Prémios Camões e Vergílio Ferreira, ambos em 2004.

Foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, de Portugal, em 1981, elevada a Grã-Cruz em 2006, e o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de França, em 1989, tendo recebido a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em 1988.

O funeral realiza-se na terça-feira, segundo a mesma fonte.

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