Barack Obama revelou ontem que confrontou pessoalmente Vladimir Putin acerca da pirataria informática durante a campanha para as presidenciais americanas. O presidente norte-americano garantiu que pediu ao homólogo russo que parasse e o avisou das "sérias consequências se não o fizesse"..Na última conferência do ano, Obama afirmou que, apesar da interferência da Rússia nas comunicações do Partido Democrata, não houve manipulação das máquinas de votação e os resultados das eleições são válidos.."Posso assegurar ao povo norte-americano que não houve manipulação dos sistemas de votação que temos. Os votos contaram-se de forma apropriada e as máquinas de votação não foram afetadas", disse..Barack Obama afirmou que, a devido tempo, vão ser fornecidas provas que vão demonstrar que o Governo russo está atrás dos ataques informáticos às comunicações do Partido Democrata e um relatório sobre aquelas conclusões será divulgado antes de sair da Casa Branca, a 20 de janeiro..O Presidente disse estar certo, segundo as agências de informação, que a Rússia esteve atrás dos ataques para influenciar o resultado das eleições presidenciais, sob ordens do Presidente russo, Vladimir Putin..Segundo as conclusões da CIA e do FBI, com os ataques informáticos ao Partido Democrata, a Rússia tinha como objetivo aumentar as hipóteses de Donald Trump vencer as presidenciais nos Estados Unidos..O Presidente norte-americano recordou ainda que o 'status quo' entre a China e Taiwan, sustentado no princípio de "uma só China", questionado agora pelo seu sucessor Donald Trump, contribuiu para manter "a paz"..Obama aconselhou o presidente eleito sobre a importância de uma boa relação bilateral com a China porque "há muito em jogo"..Se Donald Trump pensa mudar aquela política de "uma só China", que foi a base das relações bilaterais entre os Estados Unidos e a China desde 1972, haverá consequências, advertiu Barack Obama..O Presidente dos Estados Unidos reconheceu também que se sente "responsável" pelo que está acontecer na cidade síria de Aleppo, como também de outras "situações "horríveis" que estão a ocorrer em outros lugares do mundo.."Sinto-me sempre responsável", respondeu Barack Obama, quando questionado sobre a situação na Síria, em particular em Aleppo..Barack Obama também reconheceu que não pode dizer que a sua estratégia perante o conflito na Síria tenha funcionado, sublinhando que a sua prioridade ao avaliar as opções disponíveis foi fazer "o correto" para os interesses dos Estados Unidos.."Não posso dizer que tenhamos tido êxito" e "isso é algo que vai para a cama comigo todas as noites", comentou Barack Obama..Segundo o Presidente, a responsabilidade da "brutalidade" que se está a viver em Aleppo deve recair sobre o regime sírio e os seus aliados, Rússia e Irão, a quem acusou de ocultar do mundo "a verdade" do que se passa naquela cidade.