O El Chapo chinês foi detido em Amesterdão
Droga escondida em pacotes de chá. É esta a imagem de marca da Companhia, a rede de tráfico de droga liderada por Tse Chi Lop e que atua em toda a Ásia Pacífico. Responsável por 70% da droga que entra ilegalmente na Austrália, por exemplo, esta rede tem um volume de negócios que as autoridades estimam andar pelos 70 mil milhões de dólares anuais (57 mil milhões de euros).
Um dos fugitivos mais procurados do mundo, Tse Chi Lop foi detido na noite de sábado no aeroporto de Schiphol, em Amesterdão. Muitas vezes comparado ao barão da droga mexicano El Chapo ou a Pablo Escobar, o chinês naturalizado canadiano deverá agora ser extraditado para a Austrália, após a detenção sem incidentes quando se preparava para fazer na Holanda a ligação do seu voo entre Taiwan e o Canadá.
As autoridades acreditam que Tse Chi Lop e a sua rede de traficantes estão a levar toneladas de metanfetaminas, heroína e ketamina para pelo menos uma dúzia de países - do Japão à Nova Zelândia. As metanfetaminas constituem o grosso do seu negócio.
Conhecida como A Empresa ou Sam Gor - Irmão Número Três em cantonês, uma das alcunhas de Tse -, a rede de Tse terá, segundo uma investigação da Reuters e do jornal australiano The Age, fortes ligações a altos representantes de alguns governos asiáticos. Terá investido fortemente na construção de grandes infraestruturas ligadas ao projeto do Partido Comunista Chinês Uma Faixa Uma Rota, empenhado no reforço dos comércio e transportes entre a Ásia e a Europa.
Nascido no Canadá e naturalizado canadiano, Tse viveu em Toronto, mas nos últimos anos divide o seu tempo entre Macau, Hong Kong e Taiwan. Sempre protegido por uma equipa de kickboxers tailandeses, a polícia garante que chegou a perder 66 milhões de dólares numa só noite de jogo num casino de Macau.