A Comunidade de Madrid concentra um terço das novas infeções em todo o território espanhol e o governo regional já recomendou o confinamento nas zonas em que a pandemia tem tido maior impacto, apelando ainda a que se limitem as reuniões familiares e não descartando mais restrições aos setores da indústria e da hotelaria e restauração..A informação foi explicada esta sexta-feira pelo vice-ministro da Saúde Pública, Antonio Zapatero, que se referiu concretamente a Carabanchel, Usera e Vallecas, os territórios com maior incidência da covid-19 na região e onde milhares de testes foram realizados em pessoas assintomáticas no início desta semana. Depois desses bairros, Fuenlabrada, Parla, Móstoles e Leganés são os municípios com maior presença do vírus entre a população, de acordo com o Relatório Epidemiológico divulgado esta terça-feira pelo Executivo regional.."Estamos preocupados", confessou Zapatero, que culpou a grande mobilidade de uma região altamente povoada como Madrid e recomendou à população "evitar viagens desnecessárias" e "tentar ficar em casa em áreas onde há maior número de casos", defendendo ainda "evitar reuniões desnecessárias". "É absolutamente recomendável que não haja mais de 10 pessoas", recomendou..Zapatero informou que a Comunidade vai "fazer consultas" para estabelecer mais medidas e recomendações "com respaldo legal" e relacionadas com a mobilidade e "atividades sociais", como restaurantes, onde se formam grupos de pessoas. "Alguma medida poderá ser tomada desde que tenhamos o apoio da justiça", acrescentou o responsável..O vice-ministro da Saúde Pública também avaliou como "má notícia" a decisão de um juiz de anular a decisão da Comunidade de Madrid de proibir que se fume na rua sem distância social e de antecipar o fecho das discotecas, insistindo que "continua a ser imprescindível" usar a máscara corretamente, respeitar a distância de segurança e garantir o protocolo de isolamento dos infetados e a quarentena dos seus contactos, algo que julga ser "certo" que não está a ser respeitado em todos os casos..O governo regional voltará a realizar testes à covid-19 na próxima semana no sul da região de Madrid, a área mais atingida, às quatro zonas onde já foram testadas pessoas assintomáticas (Carabanchel, Usera, Villaverde e Puente de Vallecas) e a Fuenlabrada e Parla..Até o momento, foi encontrado um percentual de infetados assintomáticos de 2,65%. Três hospitais de Madrid tiveram mesmo de suspender cirurgias devido ao aumento de casos de coronavírus que estão a ser registados na região..Madrid com mais de metade dos casos das últimas 24 horas.Segundo os dados desta sexta-feira, a Comunidade de Madrid mantém um total de 26 focos ativos dos 68 surtos que notificou ao Ministério da Saúde. Deve levar-se em consideração que se considera surto ativo aquele que teve um caso nos últimos 14 dias a partir da data do início dos sintomas ou do diagnóstico, se for uma pessoa assintomática. Esses 26 surtos contemplam 176 casos ativos, entre os quais 25 que necessitaram de hospitalização, e um total de 470 contactos..No espaço de algumas semanas, vai começar o ano letivo. Os vereadores da Saúde e Educação afastam neste momento um regresso às aulas totalmente presencial, embora os detalhes sejam apresentados apenas na próxima semana..Espanha registou 25 mortes e 3.650 novos casos confirmados de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou o ministério da saúde espanhol..No último dia, Madrid voltou a ser a região que teve mais casos: 1999. Ou seja, mais de metade do total no país..Esta semana tem sido marcada pelo aumento do número de casos de infeção em Espanha. Na quarta-feira, dia 19, o pais vizinho registou 3715 novos casos, o úmero mais alto de infeções registado desde o final de maio..Desde o início da pandemia 386 054 pessoas foram infetadas e 28 838 morreram em Espanha.."Setembro vai ser um mês complicado", reconheceu Nekane Murga, conselheira de saúde do País Basco, região que registou 685 casos nas últimas 24 horas, o registo mais elevado desde o início da pandemia..Espanha regista nas últimas semanas um aumento de casos de infeção, tendo atingido na quarta-feira o número mais elevado de novos casos desde o final de maio (3.715).."As coisas não vão bem".O diretor do Centro de Coordenação de Emergências e Alertas Sanitários de Espanha afirmou esta sexta-feira que "as coisas não vão bem" perante o aumento exponencial de novos casos de infeção pelo novo coronavírus, apelando à sensibilização da população.."Que ninguém se engane: as coisas não vão bem [...]. Não podemos deixar que a situação nos escape outra vez", avisou Fernando Simón, em conferência de imprensa..O médico responsável por acompanhar a evolução da pandemia de covid-19 sublinhou a gravidade da situação epidemiológica em Espanha, embora grande parte dos novos casos sejam assintomáticos e as taxas de hospitalização e mortalidade inferiores às registadas durante o pico da doença..Conforme notou este responsável do centro de alertas sanitários, o principal risco é que os hospitais voltem a ficar sobrecarregados..Fernando Simón apelou ainda aos influenciadores sociais para que sensibilizem a população, nomeadamente, para que os jovens, faixa que concentra o maior número de novos contágios, tenham contenção nos festejos. "Todos os que têm influência sobre a população devem contribuir para a consciencialização", sublinhou.