Nova Zelândia. Disse "vem cá", atirou máquina de pagamento ao assassino e salvou várias pessoas
"Vem cá!", gritou Abdul Aziz, afegão de 48 anos, para o homem que na sexta-feira quando se apercebeu que um homem ataca da mesquita de Linwood, onde estaca com os seus quatros filhos rezavam as orações. Correu em direção ao atirador e atirou-lhe um terminal de pagamento multibanco, que conseguiu apanhar pelo caminho, no momento em que Brenton Tarrant voltou ao carro para ir buscar mais uma arma.
O afegão, que com este gesto conseguiu salvar várias pessoas que se encontravam dentro da mesquita, contou aos meios de comunicação como tudo se passou. "Ele usava roupas de exército", disse Aziz à agência Reuters. Quando percebeu que a mesquita estava a ser atacada, não só lhe atirou com o terminal de pagamento de multibanco como apanhou uma arma descarregada que tinha sido deitada fora pelo atacante e chamou-o: "Eu gritei para ele. 'Venha aqui, venha até aqui' Eu só queria colocar o foco em mim", afirmou Abdul Aziz, que se escondeu junto de carros que estavam nas imediações da mesquita para não ser atingido. No momento em que confrontava o atirador, Aziz ouviu os seus filhos mais jovens, de 11 e 5 anos, que estavam na mesquita, a pedir que voltasse para dentro,
A verdade é que o afegão conseguiu desviar a atenção do atirador que acabou fugir de carro, tendo sido perseguido por dois policiais, que o conseguiram deter.
Aziz foi classificado de herói pelo imã Lafet Alabi pela sua atuação na mesquita, que disse acreditar que o número de mortos teria sido muito maior se não fosse a ação do afegão. Alabi contou que parou de orar naquele dia quando olhou pela janela e viu um homem de uniforme preto e um capacete a segurar uma arma grande, confundindo-se com a imagem de um policia. Mas quando viu dois corpos percebeu que se tratava de um ataque.
O imã pediu aos fiéis da congregação para que se baixassem. "Então este irmão [Aziz] veio. Ele foi atrás do atirador e conseguiu afastá-lo e foi assim que fomos salvos", disse Alabi à Associated Press. "Caso contrário, se ele conseguisse entrar na mesquita, todos nós provavelmente estariamos mortos".
Aziz é de Cabul, no Afeganistão, mas deixou o país devastado pela guerra há vários anos, Vive em Christchurch há dois anos e é dono de uma loja de móveis