Netflix perde peso nas nomeações dos BAFTA

<em>Nomadland-Sobreviver na América</em> e <em>Rocks</em> são os filmes mais nomeados dos BAFTA, cujo signo é a aposta em atores negros, mesmo com a desfeita a Viola Davis. 11 de abril saberemos os vencedores. Entretanto, os Directors Guild of America anunciaram também os nomeados.
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A Academia de cinema inglesa surpreendeu nas nomeações reveladas na tarde desta terça-feira. Para já, percebe-se que, mais do que vinha acontecendo nos últimos anos, os membros ingleses quiseram incluir cinema britânico e artistas locais. Dessa forma, muito dificilmente será um barómetro do que poderão vir a ser as nomeações dos Óscares.

Por outro lado, os BAFTA não seguiram a tendência dominante desta temporada dos prémios na qual a Netflix se apresenta como "player" principal. Se é verdade que Os 7 de Chicago, de Aaron Sorkin, está nomeado para melhor filme, mais verdade é que se trata do único filme do gigante comercial nomeado nessa categoria.

Fator mais surpreendente destas nomeações é a recuperação de um filme de 2019, Rocks, de Sarah Gravon, melodrama realista sobre duas menores a tentar sobreviver numa sociedade inglesa implacável. Um dos grandes filmes britânicos dos últimos tempos que se arriscava a ficar no limbo - teve sete nomeações, incluindo a de melhor filme britânico. Aliás, Rocks e o favorito Nomadland- Sobreviver na América, de Chloé Zhao são mesmo os filmes com maior número de nomeações, seguidos por O Pai, Minari, Mank e Uma Miúda com Potencial, todos com seis...

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O que se sente este ano é uma enorme abertura ao fator da diversidade. Depois dos protestos do ano passado pelo facto de nenhum ator negro ter sido nomeado, este ano a inclusão é total. Na corrida dos prémios de interpretação há atores de diversas proveniências, de Tahar Rahim a Chadwick Boseman, passando por Wunmi Mosaku, Alfre Woodward, Radha Blank, Riz Ahmed ou Adarsh Gourav, o ator de The White Tiger. Diversidade que também é pedra-de-toque na inclusão de bastantes mulheres cineastas.

Surpresas maiores, além de Rocks, a inclusão de Mais uma Rodada, do dinamarquês Thomas Vinterberg, nomeado para melhor realização, melhor filme em língua estrangeira e melhor ator (Mads Mikkelsen); Quo Vadis, Aida?, de Jasmila Zbanik e Babyteeth, de Shannon Murphy, ambas ambas nomeadas na categoria de melhor realização.

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Nas ausências, de espantar a omissão a Gary Oldman, em Mank; Glenn Close, em Lamento para uma América em Ruínas; Sophia Loren, em Uma Vida à Sua Frente; Viola Davis, em Ma Rainey- A Mãe dos Blues e, sobretudo, Delroy Lindo e Spike Lee, os heróis de Da 5 Bloods- Irmãos de Armas, mesmo assim concorrente com Clarke Peters, como melhor secundário, bem como o britânico Sacha Baron Cohen, ignorado quer em Borat- O Filme Seguinte, quer em Os 7 de Chicago. A lista completa de nomeados pode ser consultada aqui.

Entretanto, nos DGA, a guida dos realizadores, há poucas horas souberam-se os cinco nomeados: David Fincher- Mank; Emerald Fennell- Uma Miúda com Potencial; Chloé Zhao- Nomadland- Sobreviver na América; Lee Isaac Chung- Minari e Aaron Sorkin- Os 7 de Chicago. Também aqui Nomadland- Sobreviver na América assume todo o seu favoritismo. É bem possível que estes sejam mesmo os cinco nomeados para o Óscar de melhor realização...

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