Netflix estreia série com Alba Baptista e Joaquim de Almeida

O DN foi a casa de Joaquim de Almeida em Sintra para ver a série da Netflix <em>Warrior Nun</em>. O ator português convidou a estrela da série, a também portuguesa Alba Baptista, a protagonista. Leia as histórias de um visionamento em antestreia.
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Nunca a Netflix foi tão portuguesa! A estreia no gigante de streaming de Warrior Nun, a sua maior aposta neste começo de verão, uma série para jovens baseada nos comics com o mesmo nome. Uma superprodução, com efeitos visuais de luxo e um enredo que mete monstros, conspirações do Vaticano e uma freira com uma auréola com superpoderes.

O que isso tem a ver com Portugal? A protagonista é Alba Baptista e o cardeal de serviço é Joaquim de Almeida, personagem que é proibido dizer se é vilão ou bom da fita. A Netflix deu-nos um código para ver e fomos mostrar a Joaquim o que ele fez na série. O ator de 63 anos fez questão de convidar também Alba Baptista, de 23, para um visionamento na sua casa de Sintra.

Alba, em virtude de ser a protagonista já conhecia a série de trás para frente, mas Joaquim, "ator convidado", ainda não conhecia nada. E é apenas no segundo episódio que o seu cardeal entra, precisamente no único momento em que os portugueses contracenam. Uma cena numa festa onde o cardeal sente a presença da auréola da freira guerreira.

"Curiosamente, há coisa de ano e meio, quando filmámos pela primeira, vez não conhecia a Alba e cheguei ao plateau e comecei a falar com ela em inglês! Acham que alguém me avisou que ela era portuguesa!?", confessa o ator, enquanto que Alba ri e acrescenta: "Foi literalmente assim. Fui eu quem depois lhe disse que era portuguesa... Até fiquei com vergonha de lhe dizer que era protagonista".

Obviamente, Joaquim, nos EUA, deixou ficar longe de vista as brilhantes participações da colega em obras como Leviano, de Justin Amorim, Caminhos Magnétikos, de Edgar Pêra ou Imagens Proibidas, de Hugo Diogo.

À medida que os dois vão vendo mais deste episódio sente-se que estão a gostar da escala desta série da Netflix que fez com que se instalassem em Málaga durante seis meses (Joaquim, quando tinha dias livres voltava a Portugal). Além da escala, há um humor da personagem de Alba que é autenticamente millennial e feito com as espumas destes dias. Por detrás de cada cena existe sempre uma história que ambos se lembram, nomeadamente um anel do cardeal que aparece na mão errada a certa altura ou uma igreja que foi comprada pela produção e que deixou os turistas de boca aberta.

"Isto para a carreira da Alba vai ser muito importante, ela vai ter grande exposição internacional", vaticina Joaquim. A nossa freira volta a ficar algo envergonhada e apenas acredita que a série vai chegar a um público-alvo bem jovem: "Por outro lado, depois de falar com alguma imprensa internacional entusiasta, estou a começar a crer que pode chegar também a um público mais vasto". Seja como for, nesta altura, ainda não há luz verde para a produção da segunda temporada avançar mas quer um quer outro querem muito voltar. Sem revelarem "spoilers", a história no final do décimo episódio está longe de estar terminada - quem conhece a novela gráfica de Ben Dunn nem precisa desta informação...

Logo no primeiro episódio vamos perceber que a Ava de Alba era uma rapariga morta, ressuscitada pela tal auréola divina. Uma personagem que os criadores da série deixaram que tivesse um cunho muito forte da jovem portuguesa: "Isso foi um privilégio para mim! Quisemos realmente dar mais camadas à personagem para a tornar mais imprevisível. Não queria que ela fosse simplesmente a "boazinha". Nas reações dela há uma grande margem de área cinzenta, isso é interessante. Isso é mais humano e o lado humorista foi acrescentando algo. Mas, claro, eles testaram um pouco as águas comigo para ver. Depois, gostaram e perceberam o que poderiam ir escrevendo", conta.

O visionamento está quase a acabar, em parte porque Alba tem uma entrevista para os EUA por Zoom, mas Joaquim parece cada vez mais convencido com o que vê: "Logo na altura tinha ficado agradado com os diálogos, eram fáceis de dizer e eles eram muito liberais nas nossas sugestões, coisa que nas séries grandes que fiz nos EUA não há hipóteses". Alba realça a beleza estética de um plano no primeiro diálogo do cardeal - a luz do sol a entrar pela janela num diálogo duro entre Joaquim de Almeida e Tristán Ullua merece comentários muito positivos. "Tens uma grande entrada!", atira a atriz. "A sério, para mim foi muito interessante fazer pois era uma série cheia de atores de todo o mundo. Foi pena não ter estado mais contigo mas eu estava num hotel e tu numa casa que alugaste sem tempo para nada. A série é sobretudo a Alba!", responde Joaquim. Uma Alba, que convém dizer, faz o sotaque inglês-americano mais do que perfeito...

Enquanto se despedem e lamentam a epidemia não deixar que aconteça nenhuma antestreia pública da série, trocam informações sobre os seus próximos projetos: Alba começa agora a filmar L'Enfant, produção francesa de Paulo Branco rodada entre nós, e Joaquim está com dois projetos de Hollywood em standby devido ao covid-19, um deles possivelmente com Nicolas Cage a fazer de Nicolas Cage.

Mas depois de Nuno Lopes em White Lines e destes dois em Warrior Nun, no outono chega a vez de Albano Jerónimo aterrar no menu da Netflix protagonizando uma série do fantástico, The One, história onde uma aplicação garante literalmente que todos nós temos uma alma gémea algures no planeta. Por essas e por outras, começa mesmo a ficar provinciano atirar foguetes quando vemos atores portugueses a brilhar na Netflix... Uma boa rotina que possivelmente é para manter.

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