Júlia Vale, da direcção do SPN, garantiu estar de acordo com o alargamento, embora, como a "política do Governo é de cortes", esse facto torna "inviável a medida". "Apesar de sermos favoráveis ao alargamento da escolaridade até aos 12 anos, consideramos que esta não é a melhor altura para prosseguir com esta medida", afirmou. Isto porque, esclareceu a docente, "este aumento da escolaridade exigirá investimentos financeiros, em recursos e meios. Mas, no entanto, a política do Governo é de cortes no investimento, o que torna inviável a medida". O Governo aprovou a 23 de Abril de 2009, em Conselho de Ministros, uma proposta de lei para alargar de nove para 12 anos a escolaridade obrigatória, ou seja, os jovens entre os seis e os 18 anos terão de frequentar obrigatoriamente a escola ou um centro de formação profissional..A regra legal de extensão da escolaridade obrigatória será para aplicar aos alunos que em Setembro desse ano se inscreveram no 7.º ano de escolaridade e que iniciarão o secundário em 2012/2013, se entretanto não chumbarem. O SPN anunciou hoje a realização do sétimo congresso do organismo, em março, para refletir sobre temas "prioritários no sistema educativo" e discutir os "problemas socioprofissionais da classe". "O sector do ensino, nomeadamente a escola pública, está a passar por problemas graves que têm que ser analisados, discutidos e dados a conhecer", afirmou Júlia Vale, como justificação para o congresso. Entre os problemas, a docente apontou "a política de desinvestimento no ensino público e a revisão curricular".."O actual Governo tem levado a cabo políticas preocupantes para o ensino público, de um gradual e imenso desinvestimento", referiu. A atenção dos professores do Norte vai também estar virada para o processo de avaliação dos docentes que, segundo o SPN, é "burocrático" e está a criar "um clima negro" nas escolas. "O actual sistema de avaliação dos professores é negativamente competitivo, por causa da sujeição a um sistema de quotas. Nem todos podem ter 'Muito Bom', mesmo que mereçam", disse Júlia Vale. O congresso terá também "uma vertente cultural", informou a docente. "É prática comum que os nossos congressos tenham também uma parte cultural e de convívio. Este não foge a essa regra", explicou. Assim, inserido no congresso do SPN haverá um concerto que conta com Dany Silva, Vitorino e Pepe Ordás. Tanto o congresso como o concerto realizam-se no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, nos dias 25 e 26 de Março.