Mundial 2018: Guia rápido para as meias-finais

França-Bélgica e Croácia-Inglaterra, esta terça e quarta-feira, são os jogos que vão definir os dois finalistas. Final inédita está garantida
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Já são conhecidas as quatro seleções que, aconteça o que acontecer, vão ficar na Rússia até ao final da semana, seja para disputar a final (domingo, dia 15) ou para jogar a partida de atribuição do 3.º e 4.º lugares.

Garantida está já uma final inédita (e 100 por cento europeia), depois de Brasil e Suécia, os dois finalistas de 1958, terem caído nos quartos de final por Bélgica e Inglaterra, respetivamente.

França - Bélgica (terça-feira, 19.00, RTP 1)

Depois de vitórias convincentes diante de Argentina e Uruguai, os favoritos franceses terão pela frente uma Bélgica que é a única seleção ainda 100% vitoriosa no Campeonato do Mundo e que não perde há 24 jogos, além de estar à frente dos gauleses no ranking FIFA.

Os belgas chegam às meias-finais com o melhor ataque da competição (14 golos) e, dos quatro semifinalistas, são os que têm mais remates (85), remates à baliza (33) e cantos (30, a par de Inglaterra), e não necessitaram de qualquer prolongamento para enviesar esses registos. Já os franceses, apontados por muitos como o grande candidato à vitória final, até aparecem nesta fase com o ataque menos concretizador do quarteto ainda em prova (nove golos), mas com a defesa menos batida (quatro sofridos, a par de Inglaterra e Croácia).

Embora uns furos abaixo do nível exibido no Euro 2016, Antoine Griezmann, 27 anos, mantém-se como o mais influente jogador de les bleus , tendo participado em quatro golos (44%) - três golos (dois de grande penalidade) e uma assistência, contabilizando ainda 14 remates (oito à baliza), 176 passes (72% completos), 36 perdas de bola, sete recuperações de bola, cinco faltas cometidas, cinco faltas sofridas e 44 quilómetros percorridos durante os primeiros cinco jogos (390 minutos). Terá pela frente um guarda-redes ainda em competição com mais defesas efetuadas: Courtois (18).

Do lado dos diables rouges, Romelu Lukaku, 25 anos, foi o que participou em mais golos: cinco (36%), distribuídos por quatro golos e uma assistência. Conta ainda com 11 remates (cinco à baliza), 68 passes (48 completos), 26 perdas de bola, uma recuperação de bola, oito faltas cometidas, três faltas sofridas e 27,7 quilómetros percorridos em quatro jogos (326 minutos).

Histórico dos diabos

Se o passado nos diz que a França tem mais tradição em Mundiais, o confronto direto dá vantagem à Bélgica.

Os gauleses chegaram por cinco vezes às meias-finais (1958, 1982, 1986, 1998 e 2006), duas à final (1998 e 2006) e foram uma vez campeões mundiais (1998). Por sua vez, o melhor que os belgas conseguiram foi um 4.º lugar, em 1986, na única presença em meias-finais de Campeonatos do Mundo.

No entanto, em 73 duelos entre as duas seleções, houve 30 vitórias dos vermelhos contra 24 dos azuis - belgas também têm vantagem nos golos (160-127) -, registando-se ainda 19 empates. A Bélgica não perde com a França desde 2004 e venceu o último confronto, em 2015, por 4-3, em Paris.

Croácia - Inglaterra (quarta-feira, 19.00, RTP 1)

Croácia e Inglaterra voltam às meias-finais de um Campeonato do Mundo 20 e 28 anos depois, respetivamente, mas chegam a esta fase da competição em contextos diferentes. Os croatas, após três vitórias em outros tantos jogos na fase de grupos - incluindo um 3-0 à Argentina -, passaram por dois desempates por grandes penalidades consecutivos, diante de Dinamarca e Rússia. Os ingleses, históricos que andavam adormecidos, estão ligeiramente mais folgados, após terem vencido a Suécia (2-0) ao cabo de 90 minutos nos quartos.

Os ingleses contam com o melhor marcador do torneio (Harry Kane, seis golos) e um poder de fogo no ataque que só encontra paralelo na campanha rumo ao título mundial de 1966 (onze golos), mas os croatas não ficam muito atrás, com apenas menos um remate certeiro mas mais democracia na hora de festejar: oito marcadores de golos contra cinco dos britânicos.

O goleador e capitão de Inglaterra, 24 anos, é o mais influente ofensivamente da sua seleção, com seis golos (nenhuma assistência), 55% da sua seleção, contabilizando também 10 remates (seis à baliza), 88 passes (74% completos), 27 perdas de bola, seis recuperações de bola, três faltas cometidas, 16 faltas sofridas e 38,7 quilómetros percorridos em quatro jogos (363 minutos). Entre os croatas, o também capitão Luka Modric, 32 anos, foi o que participou em mais golos, tendo marcado dois (um de penálti) e feito uma assistência, contando ainda 10 remates (quatro à baliza), 367 passes (83% completos), 39 perdas de bola, 27 recuperações de bola, oito faltas cometidas, outras tantas sofridas e 50,8 quilómetros percorridos durante os primeiros cinco encontros (485 minutos).

Lá atrás, na defesa, os números são idênticos: apenas quatro golos sofridos. Têm brilhado as defesas, mas sobretudo os guarda-redes. O croata Subasic é o que tem melhor percentagem de remates defendidos entre os guarda-redes semifinalistas habitualmente titulares (80%) e já travou quatro grandes penalidades no desempate por penáltis, igualando os recordes do alemão Schumacher e do argentino Goycochea. O inglês Pickford, por sua vez, foi eleito melhor em campo frente à Suécia depois de ter brilhado nas grandes penalidades diante da Colômbia.

Vantagem e espinha encravada para os ingleses

Mais experiente nestas andanças, Inglaterra vai para a terceira meia-final, depois de ter sido campeã do mundo em 1966 e quarta classificada em 1990, enquanto os croatas atingiram esta fase da prova pela segunda vez - nas duas ocasiões em que ultrapassaram a fase de grupos -, depois de em 1998 terem terminado o torneio no último degrau do pódio.

Também no confronto direto os britânicos estão em vantagem, com quatro vitórias contra duas da Croácia (e um empate) em sete partidas (18-10 em golos). Os três leões até venceram os derradeiros dois confrontos, ambos no apuramento para o Mundial 2010, mas têm uma espinha atravessada chamada Euro 2008, a última grande competição que falharam, precisamente devido a uma derrota ante a Croácia (2-3) em Wembley.

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