Motorista garante que tentou evitar acidente na A25

O motorista acusado de ter provocado um acidente em agosto de 2010 na A25, em Talhadas, Sever de Vouga, que provocou três mortos e 15 feridos, disse, esta quinta-feira, ter feito tudo o que estava ao seu alcance para evitar a colisão.
Publicado a
Atualizado a

"Não conduzi negligentemente nem com falta de atenção. Fiz tudo o que estava ao meu alcance", afirmou o arguido, na primeira sessão do julgamento, que está a decorrer no tribunal de Aveiro.

O homem, de 33 anos, explicou que seguia na A25, no sentido Viseu-Aveiro quando se deparou com um nevoeiro intenso e uma nuvem de fumo, devido a outro acidente ocorrido no sentido inverso, que afetou a visibilidade."Quando me apercebi dos automóveis que se encontravam parados na via e na berma não tive tempo de reação", afirmou o arguido, acrescentando que não havia qualquer tipo de sinalização na estrada.

O motorista de pesados, contou que desviou o camião para a faixa de emergência e conseguiu reduzir a velocidade de 90 para 50 quilómetros/hora, mas perdeu o sistema de travagem, logo após o embate na primeira viatura.

Questionado pela juíza-presidente, o arguido afirmou ainda que mesmo que conduzisse mais devagar, naquelas condições, não conseguiria evitar o acidente. "Se calhar, podia ter minimizado se circulasse a uma velocidade inferior", acabou por admitir.

O arguido, que está acusado de três crimes de homicídio por negligência e quatro crimes de ofensa à integridade física por negligência, referiu ainda que após o acidente esteve três meses de baixa, tendo tido acompanhamento psicológico.

O acidente ocorreu no dia 23 de agosto de 2010, pelas 16:25, ao quilómetro 45 da A25, no sentido Viseu-Aveiro, minutos depois de ter acontecido um outro acidente a poucas centenas de metros, no sentido contrário. A colisão, que envolveu 20 viaturas (um pesado e 19 ligeiros), resultou na morte de três pessoas, incluindo uma criança de oito anos, e provocou ainda 15 feridos.

Segundo a acusação do MP, o acidente ocorreu na sequência da "condução desatenta e desadequada" do condutor do camião, tendo em conta as más condições atmosféricas e o pavimento molhado. "Os embates foram resultado da falta de atenção do arguido às condições da via, às condições de visibilidade e ao trânsito existente, não adequando a velocidade do seu veículo de modo a poder parar no espaço livre e visível à sua frente para evitar bater nos veículos que por ali circulassem ou estivessem imobilizados".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt