Moscovici e a ação de Costa: "Tomou uma posição sábia e firme"

"Não temos nenhuma razão para modificar o nosso julgamento, que é de confiança na economia portuguesa", elogiou o comissário europeu da economia
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"O primeiro-ministro António Costa toma posições sábias e firmes pelo que não temos nenhuma razão para modificar o nosso julgamento, que é de confiança na economia portuguesa", elogiou o comissário europeu, Pierre Moscovici, quando questionado sobre se a recente crise política em torno das progressões na função pública teria consequências para as contas do Estado e da economia.

Na conferência de imprensa sobre as novas projeções económicas da primavera, Moscovici, também ele um socialista como Costa, disse que "não temos por hábito fazer comentários em direto sobre as discussões políticas ou orçamentais dos países", mas ainda assim não se coibiu de tecer elogios ao desempenho político do chefe de governo português.

Recorde-se que na semana passada, a esquerda parlamentar (PCP e BE) uniu-se ao PSD e ao CDS, deixando aprovar um diploma que consagra a contagem integral do tempo de serviço (9 anos, 4 meses, 2 dias) dos professores e outras carreiras especiais para efeitos de descongelamento de carreiras.

O governo só pretende contabilizar (2 anos, 9 meses, 18 dias), valor que considera ser o único compatível com a estabilidade das contas do País e com o desejo de ir reduzindo o défice e garantir excedentes orçamentais consecutivos ao longo dos próximos anos.

Na sequência dessa coligação negativa, o primeiro-ministro veio anunciar que se demitiria caso o diploma fosse aprovado na votação final, até dia 15.

Os partidos entretanto recuaram, esvaziando a crise que se formou de um dia para o outro. Parece que a Comissão gostou de ver, considerando que desta forma as perspetivas sobre a economia e as contas públicas saem ilesas. Assim, Moscovici mantém-se confiante no país e no governo de António Costa.

Luís Reis Ribeiro é jornalista do Dinheiro Vivo

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