Morreu Zizi Jeanmaire, a rainha do cabaret francês
A bailarina e cantora Zizi Jeanmaire, icónica estrela do cabaret cuja graça e glamour foram celebrados em placo e em filme em todo o mundo, morreu esta sexta-feira na Suíça aos 96 anos, confirmou a família à AFP.
"A minha mãe morreu traquilamenye esta noite em casa em Tolechenaz", uma terriola junto ao lago de Genebra, explicou a filha Valentone Petit por telefone à agência noticiosa francesa.
Jeanmaire foi estrela de ballets, cabarets, musicais e filmes, misturando os estilos mas nunca pondo em causa o rigor da sua formação clássica.
Muitos dos papéis que interpretou foram criados para elapelo marido, Roland Petit, famoso coreógrafo que morreu em 2011.
Foi a sua interpretação na versão moderna de Carmen coreografada por Petit em 1949 que se tornou imagem de marca de Jeanmaire, coroada, claro pelo corte de cabelo à rapazinho que a lançou para a fama.
A produção causou sensação quando estreou em Paris, Londres e Nova Iorque.
Jeanmaire e Petit conheceram-se em 1933, quando tinham nove anos e ambos estudavam no Paris Opera Ballet. Casaram em 1954 e tiveram uma filha.
"Tornaram-se o casal sensação na vida cultural da Paris dos anos 60, usando roupas de Yves Saint Laurent e colaborando com Andy Warhol", escreveu o britânico The Telegraph no obituário de Petit.
Nascida em Parisa 29 de abril de 1924, de nome verdadeiro Renée Marcelle Jeanmaire, Zizi terá ganhado a alcunha que se lhe colou para o resto da vida quando era pequena e em vez de pronunciado "Meu Jesus", dizia "Meu Zizi".
Jeanmaire deixou o Paris Opera Ballet aos 19 anos, decidida a ir conhecer o mundo e fazer carreira em Hollywood e Nova Iorque. Nos anos 1950, teve alguns papéis de relevo no cinema em filmes como Hans Christian Andersen, sobre a vida do escritor dinamarquês, ou Anything Goes, ao lado de Bing Crosby.
Em 1961 teve um dos seus maiores sucessos no music hall Alhambra, em Paris, com o seu Mon Truc en Plumes. O seu fato, adornado de enormes penas de avestruz e criado por Saint Laurent ficou para a História. O estilista, que a vestiu durante mais de 40 anos, disse de Jeanmaire que "bastava ela entrar em palco para tudo ganhar vida, fogo e chamas".
Em 1966, dançou ao lado de Rudolph Nureyev na versão cinematográfica de Le Jeune Homme et la Mort.