Morreram mais de mil pessoas nos EUA num dia. É o pior recorde mundial diário

Há mais de 240 mil casos de covid-19 identificados nos EUA e o número de mortos é agora de quase seis mil. O Presidente dos EUA fez um segundo teste para saber se estava infetado com o novo coronavírus, que se revelou negativo. E Trump disse que só teve que esperar 14 minutos para saber resultado.
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Os Estados Unidos registaram esta quinta-feira 1.169 mortes em 24 horas causadas pela covid-19, o pior recorde mundial diário, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins.

O número recorde de mortes em 24 horas datava de 27 de março, quando foram registados 969 óbitos em Itália.

O número total de mortes desde o início da pandemia nos Estados Unidos é agora de quase seis mil.

Os Estados Unidos também são, de longe, o país do mundo com o maior número de casos confirmados. Ainda de acordo com a universidade norte-americana, que atualiza continuamente os dados, há já mais de 240 mil casos identificados no país.

A atualização dos dados surge depois do presidente dos EUA ter realizado o segundo teste para saber se estava infetado com o novo coronavírus e que também este se revelou negativo.

"Fiz o teste esta manhã [de quinta-feira]. Esperei 14 minutos pelo resultado", relatou, a partir da Casa Branca.

"Fi-lo por curiosidade, para ver com que rapidez se faria. Foi muito mais fácil, o segundo foi muito mais agradável", comparou.

Donald Trump já tinha feito um primeiro teste, há duas semanas, depois de se ter recusado a fazê-lo durante alguns dias, apesar de ter estado em contacto, na sua residência em Mar-a-Lago, na Florida, com uma delegação brasileira em que seguiam duas pessoas entretanto testadas positivamente para o novo coronavírus. Esse primeiro teste também deu negativo.

Trump alerta para duas semanas "muito dolorosas"

Donald Trump tem sido acusado de minimizar o impacto da pandemia da covid-19 e de ter sido lento na resposta. Mas o discurso do presidente norte-americano foi mudando à medida que pandemia evoluía, com mais casos identificados e mortes.

O aumento do número de mortes parece refletir o alerta que o chefe de Estado lançou esta semana. Trump afirmou que as próximas duas semanas serão "muito dolorosas" para a população, uma vez que o número de pessoas contagiadas pela doença provocada pelo SARS-CoV-2 não para de aumentar.

A evolução da pandemia nos EUA, levou, por exemplo, o presidente da câmara de Los Angeles, Eric Garcetti, a antecipar-se às recomendações das autoridades nacionais e pediu aos 4 milhões de habitantes da cidade para passarem a usar máscaras de proteção de modo a travar a propagação do novo coronavírus.

No início desta semana, Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, afirmou estar a considerar a possibilidade de recomendar à população a utilização de máscaras de proteção.

Esta quinta-feira, também Donald Trump, em conferência de imprensa, referiu que em breve a sua administração iria decidir sobre a recomendação da utilização das máscaras, mas disse que não iria existir uma medida obrigatória nesse sentido

Mas com os trágicos números a aumentar todos os dias, o presidente da câmara de Los Angeles decidiu agir já.

Garcetti pediu, no entanto, aos cidadãos para não usarem as máscaras com respiradores, tão necessárias para os profissionais de saúde que estão na linha da frente desta batalha.

"Eu sei que isto parece surreal", disse, em conferência de imprensa Garcetti, dando ele o exemplo ao usar uma máscara. "Nós vamos ter que nos habituar", disse, citado pelo USA Today.

Mas fez questão de realçar que usar máscaras "não é uma desculpa para que de repente todos saiam" de casa.

Também o presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, fez a mesma recomendação à população, de usar uma proteção no rosto quando estiverem fora de casa ou junto a outras pessoas.

De referir que o estado de Nova Iorque é o mais afetado pela pandemia de covid-19, com mais de mil mortes registadas.

Os efeitos da pandemia de covid-19 estão a ser devastadores, não só no campo da saúde, mas também a nível económico.

6,6 milhões pediram subsídio de desemprego nos EUA

Exemplo disso mesmo são os pedidos de apoios para o desemprego que duplicaram para 6,6 milhões, face aos 3,3 milhões de pessoas que os solicitaram na semana passada.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 52 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 190 000 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Atualizado às 08:50

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