Ministra da Justiça quer que promotores de festa em Lagos paguem indemnizações

Francisca Van Dunem solicitou à Procuradoria-Geral da República que, em nome do Estado, atue sobre os promotores da festa ilegal em Odiáxere para que sejam responsabilizados e tenham de pagar indemnizações. Já há 90 contagiados devido a este surto.
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O Ministério da Justiça pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar a festa ilegal que esteve na origem de um surto de Covid-19 em Lagos, e que, em nome do Estado, avance com pedidos de indemnização aos promotores da iniciativa em Odiáxere. Já há 90 pessoas contagiadas e duas delas estão internadas.

"A Ministra da Justiça solicitou hoje à Procuradoria-Geral da República a intervenção do Ministério Publico para, em representação do Estado, instaurar ações indemnizatórias contra os promotores do evento de Odiáxere, em Lagos, do qual resultou a infeção de mais de sete dezenas de pessoas, incluindo crianças", diz o comunicado emitido esta sexta-feira pelo Ministério de Francisca Van Dunem.

Em causa poderá estar um possível crime de negligência, dado que na festa terão estado mais de 200 pessoas, quando atualmente a lei proíbe ajuntamentos com mais de 20 pessoas.

O número de infetados relacionados com a festa ilegal em Lagos subiu para 90, atualizou esta sexta-feira a delegada regional de saúde do Algarve, Ana Cristina Guerreiro. "Apenas duas [pessoas] se mantêm internadas porque o seu estado de saúde merece alguma atenção", afirmou aquela responsável, acrescentando que há 345 pessoas em isolamento no domicílio para evitar novas cadeias de transmissão.

A festa ilegal que decorreu em Odiáxere, no concelho de Lagos, no dia 7, desrespeitou as regras sanitárias da DGS e está assim a ser um grande foco da doença e já atinge outros concelhos do Algarve. Segundo a ARS do Algarve, a maior parte dos casos regista-se no concelho de Lagos, mas afeta também pessoas de outros municípios, como Lagoa, Loulé e Portimão, e até de fora da região.

Foram realizados mais de 1200 testes, tanto a pessoas que participaram na festa como a pessoas que tiveram contacto como os que estiveram no evento ilegal. Os rastreios continuam.

Esta sexta-feira a ministra da Saúde já tinha falado em crime, mas exclui u decretar uma cerca sanitária na região. "Não é a cerca sanitária que impede as pessoas de se juntarem. O que se passou foi um crime", disse Marta Temido.

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