Militar português gravemente ferido em acidente na República Centro-Africana

Soldado seguia numa viatura blindada, conhecida por "Humvee", quando ocorreu um despiste seguido de capotamento. O militar sofreu um "traumatismo grave nas duas pernas"
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Um militar português ficou ferido com gravidade num acidente de viação que ocorreu esta quinta-feira na República Centro-Africana, refere o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).

"Durante a tarde de hoje [quinta-feira], um soldado do exército português pertencente à força de reação rápida portuguesa em missão na República Centro-Africana, ao serviço das Nações Unidas, sofreu um traumatismo grave nas duas pernas, na sequência de um acidente de viação", lê-se no comunicado da EMGFA.

O acidente aconteceu quando estava a ser efetuado um transporte logístico "junto à região de Bouar, situada a 350 km a noroeste da capital do país". A viatura blindada "Humvee", na qual seguia o militar, despistou-se e capotou.

Não são ainda conhecidas o que terá estado na origem do acidente, mas a EMGFA aponta "a forte precipitação que assola a região, bem como o estado altamente precário da rede viária" como causas prováveis.

"A equipa de médicos portugueses desta Força Nacional Destacada está a acompanhar a evolução clínica do militar em estreita ligação com os médicos do Hospital das Forças Armadas em Portugal", informa ainda a EMGFA.

Em declarações à RTP3, o porta-voz do Estado-Maior-General das Forças Armadas, o comandante Pedro Coelho Dias, disse que a família já está avisada e que o militar foi levado de helicóptero para a capital do país, Bangui. Será depois transferido para Portugal, onde deverá chegar ao início da tarde desta sexta-feira.

Os outros militares que seguiam na mesma viatura saíram ilesos do acidente, disse ainda o comandante Pedro Coelho Dias.

Presidente da República deseja as "rápidas melhoras" ao militar ferido

O Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, endereçou esta quinta-feira "rápidas melhoras" ao militar português.

Numa nota publicada na página oficial da Presidência da República é referido que Marcelo Rebelo de Sousa "já falou telefonicamente com o comandante" da força portuguesa ao serviço das Nações Unidas na República Centro-Africana, a quem endereçou os seus votos de "rápidas melhoras" ao militar ferido.

Militares portugueses na República Centro-Africana desde 2017

O conflito neste país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.

O governo controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.

Portugal está presente na República Centro-Africana desde o início de 2017, no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA), cujo 2.º comandante é o major-general do Exército Marco Serronha.

Portugal integra a MINUSCA, com a 5.ª Força Nacional Destacada (FND), e lidera a Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), que é comandada pelo brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio.

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