Menina de oito anos morre na sala de triagem do Hospital do Funchal

Menina de oito anos morreu este domingo ao final da tarde, um dia depois de ter sido vista por um médico que lhe receitou um medicamento e mandou-a para casa. Diretor do serviço de Urgência Pediátrica afastou as hipóteses de erro ou negligência.
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Um menina de oito anos faleceu ao final da tarde deste domingo na sala de triagem do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, escreve o Diário de Notícias da Madeira.

O jornal regional madeirense adianta que a criança foi atendida nas urgências do Hospital Central do Funchal no sábado, onde deu entrada com febre alta e desmaios. O médico que a atendeu receitou-lhe um medicamento e mandou-a para casa.

Porém, a menina não melhorou e os pais levaram-na no domingo para o Serviço de Urgência de Machico, que a encaminhou para o Hospital do Funchal, onde viria a falecer na sala de triagem.

Entretanto, o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, confirmou ao Diário de Notícias da Madeira que foi aberto um inquérito interno pelo Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) para averiguar o caso.

O diretor da Urgência Pediátrica do Hospital Dr. Nélio Mendonça afastou as hipóteses de erro ou negligência.

"A criança deu entrada no Serviço de Urgência Pediátrica no sábado, 11 de janeiro, com um quadro compatível com uma infeção viral respiratória superior. Perante o quadro que a criança apresentava, foram cumpridos os protocolos de atuação preconizados e prescrita a medicação adequada", referiu o Sesaram em comunicado, indicando que a criança tinha 8 anos.

Disponibilizado apoio psicológico à família e profissionais de saúde

No dia seguinte, domingo, "por agravamento do seu estado clínico", a criança foi assistida no atendimento urgente do Centro de Saúde de Machico, a unidade da sua área de residência.

"Devido à sua situação inspirar cuidados mais diferenciados, [foi] transferida em ambulância, acompanhada por um profissional de saúde para o Serviço de Urgência Hospitalar no Funchal, onde, lamentavelmente, viria a falecer", acrescenta a nota.

Segundo o Sesaram, "aguarda-se decisão do magistrado do Ministério Público quanto à realização ou não de autópsia, a qual será comunicada diretamente à Medicina Legal".

O serviço regional adiantou que está disponibilizado apoio psicológico para acompanhar a família e os profissionais de saúde.

"O Sesaram e os seus profissionais lamentam profundamente o falecimento e solidarizam-se com os familiares", conclui.

"Não estamos a pensar nem em erro nem em negligência. Está fora de questão"

Por seu lado, o diretor do Serviço de Urgência Pediátrica do Hospital Dr. Nélio Mendonça, Manuel Pedro Freitas, referiu à Lusa que a criança foi observada como habitualmente, com um quadro clínico compatível com um quadro viral.

"A criança foi corretamente observada, a medicação foi feita de acordo com a observação. Agora estamos à espera que haja uma autópsia para ver se esclarece alguma coisa [...]. Das análises que nós temos parece mesmo ser uma situação viral, mas é difícil dizer o que terá acontecido", reconheceu.

O médico salientou ainda que no dia da observação "a Urgência estava muito calma", sem atrasos nas observações ou na prestação de cuidados médicos.

"Não estamos a pensar nem em erro nem em negligência. Está fora de questão", declarou.

Já antes, questionado pelos jornalistas, o diretor do serviço de Urgência Pediátrica do Hospital Dr. Nélio Mendonça, excluiu a tese de meningite na morte da criança de oito anos e admitiu como provável um quadro viral, enquanto aguarda pelos resultados da autópsia. "Neste momento está em curso um processo interno para averiguação da situação, temos de fazer esses inquéritos para no fundo perceber o que é que aconteceu", referiu, citado pelo Diário de Notícias da Madeira . "Isto é uma época em que existem muitas gripes, muitas viroses, portanto a patologia predominante é a viral", acrescentou, sublinhando que a avaliação feita à criança no sábado decorreu num "dia calmo" e adianta que "não houve stress na observação".

Este caso surge dias depois de uma menina de 12 anos ter morrido no Hospital Garcia de Orta, em Almada, depois de ter alta da urgência no hospital privado CUF após ter sido atendida duas vezes.

Atualizado às 15:21

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