Marques Mendes: "É preferível a clarificação à paz podre"

Comentador da SIC defende que Luís Montenegro fez bem em desafiar a liderança de Rui Rio e fica "na pole position" para a sucessão se "as coisas correrem mal" nas eleições. Mas Rio também teve a atitude certa.
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O desafio à liderança de Rui Rio no PSD, protagonizado por Luís Montenegro, "não é igual mas é semelhante ao que aconteceu no PS em 2014", quando António Costa disputou - e retirou - a liderança a António José Seguro. A comparação foi feita por Marques Mendes, no seu habitual comentário de domingo à noite na SIC, no qual este defendeu que Montenegro "fez bem" e "foi direto ao assunto" ao lançar o desafio ao presidente do partido para que este se sujeitasse a eleições diretas.

Marques Mendes acrescentou que Rui Rio "também fez bem" em responder com o agendamento da votação de uma moção de confiança pelo Conselho Nacional do partido: "Podia fingir, fazer de conta, não dizer nada. Tinha os estatutos a favor dele", lembrou. "Não o faz através de diretas, faz através do Conselho Nacional, mas não deixa de ser uma clarificação."

Ainda assim, o comentador contrariou o argumento dado por Rui Rio para justificar a recusa em agendar diretas - a instabilidade que tal processo traria ao partido em ano eleitoral. "Se ganhasse essas eleições, Rui Rio sairia reforçadíssimo. Se não ganhasse, se perdesse as diretas, teríamos um novo líder, e um novo líder normalmente dá uma nova esperança", defendeu.

Para Marques Mendes, Rio irá provavelmente passar no crivo da moção de confiança, até porque "não há memória no PSD" de uma liderança ter sido chumbada desta forma pelo Conselho Nacional. Contudo, Montenegro "também ganha" nesse cenário, porque "teve a coragem de fazer o desafio e pedir a clarificação" e assim "fica na pole position na corrida para a liderança" do partido "se as coisas correrem mal" a Rio nas legislativas de outubro.

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