Centeno e os professores: "Não podemos pôr em causa o futuro"

Ministro das Finanças diz estar aberto a uma "solução responsável, financeiramente responsável e passível de ser cumprida".
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Mário Centeno considera que o país "não pode pôr em causa o futuro" na questão do estatuto da carreira dos professores, lembrando o ministro das Finanças que os portugueses "têm muito presente o que são dificuldades económicas". Desta forma, o ministro aponta que, após o veto presidencial, o Governo irá negociar Com sentido de equidade em relação a outras carreiras."

Haverá "uma proposta responsável, financeiramente robusta e passível de ser cumprida" pelos próximos governos, disse o ministro das Finanças numa entrevista à RTP, no dia em foi eleito o melhor ministro das Finanças da Europa de 2018, numa distinção atribuída pela revista The Banker, publicação dedicada aos assuntos internacionais que pertence ao grupo Financial Times.

Em relação à distinção, Mário Centeno realçou ser um "momento importante" por ser "a primeira vez que um português recebe". Na sua opinião reflete "o processo de consolidação das contas públicas, a devolução de rendimentos, a redução da pobreza e o crescimento económico".

Mas se há progresso, há necessidade ainda de estabilizar as contas públicas e manter o défice baixo. Por isso, a mesma toada de responsabilidade e visão de futuro presente na situação dos professores, foi usada para comentar o setor da saúde. "Não há cativações no Serviço Nacional de Nacional", repetiu, com os números de de crescimento de despesa em 500 milhões desde novembro de 2017 como justificação. Deste valor, 200 milhões foram para despesa com pessoal.

"Gerir os impulsos" dos enfermeiros

Sobre os enfermeiros e o processo negocial em curso, Centeno diz que há "um esforço muito sério" para chegar a um acordo e recordou que garantir o suplemento de especialidade, as 35 horas semanais e as horas extraordinárias, tudo exigências dos enfermeiros, representa um aumento de despesa na ordem dos 200 milhões de euros. Assim, afirma que é preciso "gerir cautelosamente os impulsos" de maiores regalias mas não abriu muito o jogo sobre até onde está disposto a ceder.

Nos aumentos da Função Pública, o ministro garantiu que todos os trabalhadores terão o seu salário atualizado, mas o descongelamento de carreiras previsto no OE 2019 irá apenas beneficiar cerca de 70 mil funcionários públicos que que recebem abaixo de 635 euros por mês. Centeno frisou que "em três anos está a descongelar nove anos de carreiras", o que representa, garantiu, uma verba de 800 milhões de euros.

Sobre o futuro, e a possibilidade de uma crise económica internacional, Mário Centeno assumiu que "preciso estar atento". Desdramatizando cenários, garantiu que o OE 2019 dá uma garantia que há "capacidade de cumprir o que foi prometido em termos de metas", como seja o défice.

O seu futuro é que permanece em aberto. Centeno diz que é ministro das Finanças até final de legislatura e não entra na discussão se está aberto a rumar a alguma instituição europeia no futuro. "As questões colocam-se no devido momento", respondeu.

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