Marcelo jantou com chefes militares em Belém
O Presidente da República jantou esta segunda-feira com os quatro chefes militares em Belém, confirmou o DN.
O jantar "já estava marcado há algum tempo" e é mais um dos "almoços e jantares" informais e de trabalho que Marcelo Rebelo de Sousa tem organizado com as chefias militares, asseguraram duas fontes militares ao DN.
O encontro, noticiado pelo Expresso, esteve inicialmente agendado para a passada semana e decorre na véspera da reunião, convocada esta tarde para amanhã [hoje], do primeiro-ministro com o ministro da Defesa e os quatro chefes militares.
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Pina Monteiro (Exército), e os chefes do Estado-Maior da Marinha, almirante Silva Ribeiro, do Exército, general Rovisco Duarte, e da Força Aérea, general Manuel Rolo, estão acompanhados pelo chefe da Casa Militar do Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, general João Cordeiro (Força Aérea).
Em pano de fundo está a polémica criada há quase duas semanas pela revelação do furto de material militar dos paióis de Tancos e, três dias depois, pela exoneração dos comandantes das cinco unidades militares responsáveis pela segurança do local.
Acresce que, uma semana depois, demitiram-se dois dos quatro tenentes-generais da estrutura superior do Exército, Antunes Calçada - que é também secretário do Conselho Superior de Defesa Nacional e por escolha pessoal de Marcelo Rebelo de Sousa - e Faria Menezes.
Os demissionários invocaram divergências insanáveis com o comandante do Exército por causa das exonerações dos cinco oficiais superiores, ocorridas uma semana antes de os dois generais anunciarem a sua demissão.
Pelo meio houve uma anunciada manifestação de oficiais na reserva e reforma para depor as espadas frente ao Palácio de Belém, em protesto contra o poder político e os generais do Exército, assim como por solidariedade com os cinco oficiais superiores exonerados e, ainda, com o anterior comandante do Regimento de Comandos, arguido no caso da morte de dois instruendos no curso de setembro passado.
Recorde-se que o furto nos paióis de Tancos foi descoberto há semana e meia. Os dados oficiais indicam ter desaparecido lança-granadas, munições e granadas ofensivas, entre outro material militar avaliado em cerca de 34 mil euros.
Marcelo Rebelo de Sousa visitou o local na última semana, fazendo-se acompanhar pelo ministro Azeredo Lopes e pelo chefe do Exército. Segundo fontes ouvidas pelo DN, o Comandante Supremo das Forças Armadas terá ficado chocado com o estado das instalações destinadas aos militares escalados para fazer as rondas aos paióis - situados numa zona por desmatar.
Rovisco Duarte assumiu, perante os deputados, a responsabilidade total do ramo pelo sucedido e rejeitou explicar as falhas de segurança militar aos paióis com falta de pessoal ou de verbas.