Marcelo espera um Natal tranquilo e vacinação de crianças "sem dramatização"

Presidente da República afirma não ver razões para que o país não esteja, relativamente à pandemia, numa situação diferente da atual daqui a 15 dias. Quanto às vacinas para cianças, apelou a que os pais ouçam os especialistas.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta sexta-feira não ver razões para o país estar numa situação diferente da atual no Natal, considerando que com a vacinação se está a caminhar para "o enfraquecimento da pandemia".

"Não vejo razoes para daqui a 15 dias estarmos numa situação que não seja a lógica da continuação da situação que vivemos hoje. Portanto, eu diria que nós estamos a caminhar progressivamente, até por causa da vacinação, para o enfraquecimento da pandemia", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, questionado pelos jornalistas sobre se os portugueses poderiam este ano ter um Natal mais tranquilo.

À margem da reunião do Conselho de Fundadores da Fundação de Serralves, no Porto, o Presidente da República disse, no entanto, que "esse caminho" tem de ser feito "com bom senso, sem dramatização e com o mínimo de prevenção".

Já quanto ao aumento da incidência em algumas regiões do país, o chefe de Estado salientou que "nunca se testou o que se testa" atualmente, seja para espetáculos, eventos, encontros familiares ou no dia-a-dia.

"Não tem comparação com o que se testava há um ano. Testa-se muitas vezes mais e de repente a diferença de positivos é insignificante, estava em três mil, quatro mil casos [positivos à covid-19] para milhares, milhares, milhares de testes", observou.

Lembrando que a variante Ómicron é mais contagiante, mas menos mortal, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que a situação tem de ser encarada "com cabeça fria".

"Isto é, atentos, prevenindo, mas sem dramatizações. Sobe a incidência, mas não sobe a mortalidade".

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou também esperar que os pais sejam "sensíveis" aos argumentos dos especialistas quanto à vacinação contra a covid-19 de crianças e apelou para que processo se faça "sem dramatização".

"Naturalmente que os pais e bem quiseram, saber mais e quiseram estar informados e por isso a vacinação arranca só daqui por uns dias e durará o tempo suficiente para permitir livremente aos pais decidirem. Eu espero que sejam sensíveis aos argumentos dos especialistas, mas decidam livremente em consciente", disse ainda o Presidente.

Marcelo defendeu que o processo de vacinação dos mais novos tem de ser visto "sem dramatização" e disse também acreditar que a adesão será, à semelhança de noutras faixas etárias, "progressiva".

"Quando foi dos 12 aos 17 anos havia muitas dúvidas e num primeiro momento houve naturalmente resistências e interrogações, depois houve uma adesão progressiva. Tenho a sensação que é o que vai acontecer aqui, mas em liberdade", observou, lembrando que em Portugal o grande tema não é se a vacinação se torna obrigatória, mas se se obtém "mais esclarecimentos para podermos livremente vacinar-nos", realçou.

E, acrescentou, "penso que esta questão tem de ser vista sem dramatização".

Recusando pronunciar-se sobre se o parecer da Direção-Geral de Saúde (DGS) quanto à vacinação das crianças foi tardio, o Presidente da República disse apenas que, "a ideia foi esperar pelo parecer definitivo".

"Faz sentido", afirmou, lembrando ainda que o documento é "muito claro" e que todos "cumpriram a sua missão".

"Quem pediu a divulgação dos pareceres cumpriu a sua missão, quem disse há que esperar para que os especialistas tenham a versão definitiva cumpriu a sua missão", salientou.

Em Portugal, as crianças dos 5 aos 11 anos vão ser vacinadas contra a covid-19 a partir do fim de semana de 18 e 19 de dezembro, anunciou hoje o secretário de Estado de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.

Segundo disse o governante, a vacinação dessa faixa etária vai arrancar com as crianças mais velhas, de 11 e 10 anos, descendo progressivamente até aos 5 anos.

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