Marcelo apoia Governo "no que for necessário" para evitar descontrolo em Lisboa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisou que esta é a fase de dissuadir e apelar, mas que se for necessário serão tomadas medidas para determinadas localidades ou "mais duras" para impedir ajuntamentos devido à pandemia.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assegurou este domingo (21 de junho) que apoiará o que o Governo decidir depois da reunião com os autarcas da região de Lisboa, naquilo "que for necessário fazer para impedir o descontrolo" do desconfinamento.

No Centro Cultural de Belém, em Lisboa, à entrada para o concerto comemorativo do 28º aniversário da Orquestra Metropolitana de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre que restrições podem vir a ser implementadas para a região de Lisboa, para impedir o aumento de contágios de covid-19.

"Esperem pela reunião de amanhã. Amanhã [segunda-feira] há uma reunião envolvendo o senhor primeiro-ministro, que preside, a senhora ministra da Saúde, a senhora diretora-geral da Saúde, os autarcas, eles vão certamente dizer aquilo que se passa e aquilo que entendem que é necessário", afirmou.

Na perspetiva do chefe de Estado, "se for entendido necessário, as autoridades sanitárias tomarão as medidas adequadas e se for necessário o poder político tomará medidas adequadas".

"Aquilo que o Governo entender na base da posição dos autarcas e, sobretudo, do juízo das autoridades sanitárias que deve ser feito, eu acompanho atentamente e só posso apoiar aquilo que for necessário fazer para impedir o descontrolo de um processo que tem vindo a ser cuidadosamente controlado", defendeu.

Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre o que será preciso fazer para sensibilizar os jovens para não adotarem comportamentos de risco, como as recentes festas.

"A questão aplica-se aos jovens - eu falei nos jovens porque eles podem ser um bom exemplo -, mas aplica-se a todos. Na medida em que for necessário, se for muito necessário, terá de se aplicar medidas proporcionais ao que é necessário", respondeu.

De acordo com o Presidente da República, esta é a "fase de tentar apelar e dissuadir".

"Mas é evidente que se houver casos pontuais, específicos, em que haja necessidade de tomar medidas para determinadas localidades ou áreas de freguesias ou haja necessidade de tomar medidas mais duras em termos de intervenção das autoridades para impedir ajuntamentos e para responsabilizar por ajuntamentos, multiplicam-se as participações ao Ministério Público e as pessoas percebem - os jovens e não jovens - que começam a ter um problema grave em cima dos seus ombros", avisou.

Na perspetiva de Marcelo Rebelo de Sousa todos percebem que se está a fazer "uma abertura com cuidado, com cautela para não prejudicar a generalidade dos portugueses".

"Se há minorias, qualquer que seja a idade, que criam problemas à generalidade dos portugueses e não cumprem as regras, terá de se aplicar as regras e o rigor será tanto maior quanto mais for a necessidade de ser rigoroso", considerou.

"Ou cumprimos as regras ou ficamos fechados em casa", alerta PM


Também o primeiro.ministro António Costa já tinha alertado na noite de sábado para a necessidade de se desconfinar com regras, para não obrigar a dar passos atrás.

"Festas como a de Lagos, falta de cuidado como aconteceu naquele lar, ajuntamentos como aconteceram na praia de Carcavelos ou nas docas em Lisboa, isso são obviamente comportamentos que podem dar mau resultado", avisou o PM.

Como o "vírus vai continuar a andar por aí e por ai andará até haver vacina", António Costa foi perentório: "ou ficamos fechados em casa ou para sairmos temos que cumprir as regras".

"Caso contrário, as empresas fecham, as atividades fecham, os empregos são postos em causa e os rendimentos perdem-se. Temos que tratar da saúde - da nossa e de todos aqueles que nos rodeiam - mas temos que tratar de criar as condições para que a normalidade da vida possa regressar, os empregos possam ser mantidos, os rendimentos possam ser recuperados e, para que isso aconteça, é fundamental ninguém relaxar", avisou.

Costa alertou para a possibilidade de virem a ser dados passos atrás no desconfinamento. "Se for necessário dar, daremos os passos atrás que forem necessários dar. Agora eu acho que o que temos que ver é como é que podemos evitar os passos atrás, controlando a situação", afirmou.

As reações do primeiro-ministro e do Presidente da República sucederam-se num fim de semana em que foram várias as notícias de intervenções policiais a dispersar ajuntamentos em localidades de norte a Sul do País, como no Porto, em Braga ou nas praias da Arrábida (Setúbal).


* notícia atualizada às 19.01 com declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a região de Lisboa

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