O navio humanitário Aquarius atracou na quarta-feira em Malta, depois de um grupo de países se disponibilizarem a acolherem os 141 migrantes a bordo. Antes, a embarcação, gerida pelas organizações não-governamentais SOS Mediterrâneo e Médicos Sem Fronteiras, não tinha sido autorizada a atracar nos portos de Itália, Malta e Espanha. O impasse foi desbloqueado após o acordo entre Malta e cinco países - Portugal, Espanha, França, Alemanha e Luxemburgo -, que aceitaram receber cada um parte dos migrantes..Agora o governo de Malta afirma que também Itália vai receber migrantes que foram resgatados pelo Aquarius na passada sexta-feira, 10 de agosto, ao largo da costa da Líbia, avança o Times of Malta. A confirmar-se, a medida representa uma contradição ao discurso anti-imigração do executivo de Giuseppe Conte..Também no caso referente à embarcação Lifeline, que, em junho, não recebeu autorização para atracar nos portos de Malta e Itália, o governo de Conte viria depois a anunciar que Itália iria fazer a sua parte e acolher "uma quota dos migrantes" que seguiam a bordo no navio..Portugal defende "posição estável de nível europeu envolvendo todos".A maioria (73) dos 141 imigrantes a bordo do "Aquarius" são menores de idade e 70% são naturais da Somália e da Eritreia, mas também há cidadãos do Bangladesh, Camarões, Gana, Costa do Marfim, Nigéria, Marrocos e Egito..Portugal aceitou acolher 30 dos 244 migrantes que estavam no Aquarius e em outras pequenas embarcações que atracaram na quarta-feira em Malta, mas esta medida está longe de ser a solução para o problema da migração, defende o Governo português.."Entendemos que deve haver uma posição estável de nível europeu envolvendo todos. Não podemos andar aqui de solução 'ad hoc' em solução 'ad hoc' sempre que um navio está à deriva no Mediterrâneo", afirmou o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, defendendo uma solução europeia integrada para responder ao desafio dos fluxos migratórios.