Segundo dia com mais de 39 mil casos. Internamentos a subir
Em dia de reunião do Conselho de Ministros, Portugal confirmou 39 074 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Há a registar mais 25 mortes associadas à infeção, indica ainda o relatório desta quinta-feira (6 de janeiro).
Este é o segundo dia consecutivo em que é superada a barreira das 39 mil novas infeções, depois de ontem ter sido batido o recorde da pandemia em Portugal com 39 570 casos.
Lisboa e Vale do Tejo (16 989) e Norte (14 094) foram onde se registou maior número de casos positivos de covid-19, bem longe das 4285 infeções detetadas na região Centro. No Alentejo foram verificados 1154, na Madeira foram 1152, no Algarve chegou aos 1021 e nos Açores houve pelos 379 nas últimas 24 horas.
No que diz respeito a óbitos, em Lisboa e Vale do Tejo foram declarados 15, enquanto o Norte registou 7, tendo Alentejo, Algarve e Açores reportado um óbito.
Há agora 1311 internados (mais 60 que no dia anterior), dos quais 158 (mais 15) estão em unidades de cuidados intensivos, refere a DGS, um dia depois de mais uma reunião que juntou especialistas em saúde pública para avaliar a evolução da pandemia em Portugal.
No Infarmed, em Lisboa, os técnicos do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), perante o Presidente da República, o primeiro-ministro, a ministra da Saúde e outros representantes políticos e parceiros sociais, referiram que o pico desta onda epidémica só deverá ser atingido na segunda semana de janeiro, podendo os números de novas infeções oscilar entre as 40 mil e as 130 mil, com o subsequente aumento, "também muito elevado, de pessoas em isolamento".
O epidemiologista Baltazar Nunes referiu mesmo que "o total de pessoas isoladas em quarentena pode variar entre 4% e 12% da população". Ainda ontem, a incidência por 100 mil habitantes também bateu recordes: 2104,7 a nível nacional e 2114,3 no continente. O R (t) subiu para 1,41 em todo o país.
O vice-presidente da Associação Portuguesa de Médicos de Saúde Pública (APMSP), Gustavo Tato Borges, argumentou ao DN que "se não fosse a benignidade que a doença assumiu já estaríamos todos em casa fechados com estes valores de incidência e de R (t)".
A verdade é que a variante Ómicron - identificada na África do Sul, que em pouco mais de um mês se espalhou pelo mundo e que já é dominante na Europa, incluindo Portugal - trouxe um maior nível de contágio, mas menos gravidade.
Como explicaram os técnicos do INSA na reunião, apesar de o número de os números relativos a novas infeções serem elevados, os que retratam a gravidade da doença são bem diferentes dos que registávamos no ano passado por esta altura. Havia menos casos, mas as mortes atingiam quase as duas centenas e os internados em cuidados intensivos rondavam quase um milhar.
E é esta mudança de cenário que levou os especialistas reunidos com o governo a defender que, a bem da sociedade, da saúde mental e da vida económica, se aligeirem as medidas tomadas a 21 de dezembro, passando o objetivo a alcançar a ser o da "autogestão" da pandemia, no reforço da responsabilidade de cada cidadão, dando-lhe para isso mecanismos que permitam gerir a sua perceção de risco e o seu comportamento.
A vacinação continua a ser uma das estratégias principais no combate à pandemia, com Portugal a iniciar esta quinta-feira o segundo período de vacinação exclusivo para as crianças entre os 5 e 11 anos.
Cerca de 154 mil crianças entre os 5 e 11 anos, durante a manhã, e professores e profissionais das creches e ATL, à tarde, vão ser chamados para a vacinação contra a covid-19.
Entre hoje e domingo, o período da tarde dos centros de vacinação estará em modalidade Casa Aberta para professores e profissionais das creches e ATL para a dose de reforço da vacina contra a covid-19. Para isso, será necessário ter senha digital.
O SPMS esclarece que para usufruírem do sistema de senha digital da modalidade Casa Aberta os utentes devem solicitar uma senha no dia em que pretenderem ser vacinados.
O problema é que o site não está a funcionar. O DN fez várias tentativas e não conseguiu aceder ao serviço. Mais recentemente, surge uma informação: "Caro utilizador. O serviço encontra-se com muita procura. Por favor volte a tentar dentro alguns minutos. Muito obrigado".