Macron diz que vacinação não vai ser lenta mas prioridade é segurança

"Não vou permitir" que a campanha de vacinação seja "injustificadamente lenta", mas "ninguém vai brincar com a segurança e as condições determinadas pelos cientistas e pelos médicos", disse o Presidente francês no seu discurso de Ano Novo.
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O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou esta quinta-feira, no seu discurso de Ano Novo, que não vai tolerar que a campanha de vacinação contra a covid-19 se torne "injustificadamente lenta", mas garantiu que ninguém "brincará com a segurança".

Macron e o Governo têm sido criticados em França por a campanha de vacinação estar a decorrer muito lentamente, tendo começado no domingo e inoculado apenas 200 idosos em três dias, enquanto os vizinhos europeus já contabilizam vários milhares de pessoas vacinadas.

"Não vou permitir" que a campanha de vacinação seja "injustificadamente lenta", mas "ninguém vai brincar com a segurança e as condições determinadas pelos cientistas e pelos médicos", afirmou o Presidente.

"Todos os franceses que quiserem, devem poder ser vacinados. De forma segura e na ordem certa, começando pelos que apresentam mais riscos", acrescentou.

O ministro da Saúde, Olivier Véran, anunciou - pouco antes do discurso de Mácron - uma aceleração da campanha de vacinação, passando a abranger, a partir de segunda-feira, todos os cuidadores com mais de 50 anos.

Durante o seu discurso, o Presidente francês lamentou "as 64 000 vítimas do vírus, a suas famílias e entes queridos".

"Pais, amigos e setores inteiros do imaginário francês deixaram-nos nos últimos meses", referiu, considerando que "o ano 2020 foi difícil" porque "lembrou todos das suas vulnerabilidades" e foi "ainda mais injusto para com os mais frágeis".

O Presidente francês também mencionou os franceses que "vivem na precariedade, às vezes na pobreza" e para quem "a crise é ainda mais difícil" e agradeceu a "todos os que se mobilizaram para cuidar, alimentar, educar e proteger" os outros.

O discurso de Emmanuel Mácron também destacou o 'Brexit' do Reino Unido em relação à União Europeia, tendo o Presidente sublinhando que "o Reino Unido continua a ser um amigo e um aliado" dos franceses.

"O Reino Unido continua a ser nosso vizinho, mas também nosso amigo e nosso aliado. A escolha de deixar a Europa e de [fazer o] 'Brexit' foi fruto do mal-estar europeu e de muitas mentiras e falsas promessas", considerou.

Macron sublinhou que a União Europeia assinou, há poucos dias, um acordo com Londres para "organizar as futuras relações, defendendo os interesses [franceses], as indústrias, os pescadores e a unidade europeia" e disse sentir-se orgulhoso por ter conseguido, com o seu Governo, "liderar as transformações necessárias e reforçar a credibilidade" do país.

"Fomos capazes de convencer a Alemanha, e depois os outros membros da União Europeia, a conceber um plano de recuperação único e massivo e a decidir sobre uma dívida comum e solidária para preparar melhor o nosso futuro, fazendo um compromisso com a transição ecológica e digital e criando tantos empregos quanto possível para os nossos jovens", explicou.

O plano de recuperação a implementar em França "vai permitir, a partir da primavera, conceber uma economia mais forte", concluiu.

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