Lista dos hospitais que podem receber doentes coronavírus revelada na segunda-feira

A Direção-Geral da Saúde (DGS) terá na próxima segunda-feira a lista de todos os hospitais que poderão receber doentes infetados ou com suspeitas de coronavírus, disse este sábado, 15 de fevereiro, a diretora-geral, no dia em que saiu do hospital o grupo em quarentena voluntária.
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"Na segunda-feira teremos a primeira lista de hospitais prontos para receber esses doentes, que tenham quartos de isolamento e de pressão negativa", disse Graça Freitas em conferência de imprensa, na sede da Direção-Geral da Saúde (DGS), em Lisboa, acrescentando que a pressão negativa dos quartos não é um requisito fundamental, mas "desejável" para obstaculizar a saída do vírus do quarto para o resto das instalações hospitalares.

Até segunda-feira os hospitais informam a DGS das instalações que cada um tem disponíveis e as condições são avaliadas, para depois ser divulgada a lista.

Atualmente, os hospitais preparados para receber doentes infetados com coronavírus (Covid-19) são o Curry Cabral (adultos) e Estefânia (crianças), em Lisboa, e o hospital de São João (adultos e crianças), no Porto, sendo o objetivo desta 'segunda linha' de hospitais o de reforçar a resposta dada pelas unidades de 'primeira linha', caso venha a ser necessário.

De momento, não há em Portugal qualquer pessoa identificada como estando infetada pelo coronavírus ou em risco de estar infetada. Na sexta-feira, o sétimo caso suspeito de infeção (uma criança regressada da China) deu resultado negativo.

Ainda na conferência de imprensa, Graça Freitas disse que esteve hoje no hospital Pulido Valente, em Lisboa, com os 20 cidadãos portugueses e brasileiros em isolamento voluntário, repatriados da cidade chinesa onde foi detetado o novo coronavírus. O isolamento terminou hoje.

Segundo Graça Freitas, no grupo o estado de espírito era "animado, bem disposto" e os cidadãos estavam sobretudo "satisfeitos por terminar o isolamento" e poderem fazer a sua vida sem restrições.

A responsável destacou o ambiente de "grande interação e companheirismo" dentro do grupo, que está "muito agradecido" pelo trabalho de equipas de limpeza, médicos, enfermeiros e psicólogos.

Atualmente, explicou, as equipas da DGS estão avaliar hora a hora o que se passa com a evolução do coronavírus no mundo, e em particular na China, onde técnicos da Organização Mundial de Saúde tentam perceber a cadeia de infeção do vírus (fase de incubação, fase infecciosa e a quantas pessoas uma pessoa infetada transmite o vírus). "As medidas têm de ser ajustadas à evidência científica, à evolução do vírus. A boa notícia é que na China há muitas pessoas a recuperar", disse.

A diretora-geral de Saúde elogiou o comportamento da população em Portugal, que se tem informado sobre a epidemia localizada na China mas sem alarmismos, e apelou a que não haja discriminações em função da origem das pessoas, porque "o mundo é mesmo global, qualquer pessoa pode vir de qualquer lado do mundo, independentemente da sua aparência".

O surto do coronavírus Covid-19 - que surgiu na China, com epicentro na cidade de Wuhan - provocou 1.527 mortos e infetou cerca de 65 mil pessoas a nível mundial. A maioria dos casos ocorreu na China, onde a epidemia foi detetada no final do ano. Além de 1.523 mortos na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão e um em França.

Em Portugal, surgiram até agora sete situações suspeitas, mas nenhum caso se confirmou.

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