A Ucrânia recusou corredores humanitários para retirada de civis das cidades bombardeadas que tenham como destino a Rússia ou a Bielorrússia, como ofereceu Moscovo, anunciou esta segunda-feira a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, considerando a opção "inaceitável"..Segundo Iryna Vereshchuk, os civis que os russos disseram que podiam sair das cidades de Kharkiv, Kiev, Mariupol e Sumi "não irão para a Bielorrússia para depois apanhar um avião e irem para a Rússia"..Moscovo informou hoje a Cruz Vermelha, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e a ONU de que ia permitir a abertura de corredores humanitários naquelas cidades, a partir das 10:00 (07:00 em Lisboa), segundo agências de notícias russas..A decisão foi tomada "perante a situação humanitária catastrófica e o seu forte agravamento nas cidades de Kiev, Kharkiv, Sumi e Mariupol", justificaram as forças armadas russas..Um dos corredores proposto teria partida em Kiev, passando pelas cidades de Gostomel, chegando a Chernobyl e às cidades bielorrussas de Gden e Gomel, com o posterior transporte das pessoas deslocadas, por via aérea, para a Federação Russa..A saída de Mariupol foi projetada para acontecer por duas vias. A primeira rota segue para Rostov-on-Don, já na Rússia, e depois por via aérea, ferroviária e rodoviária, para destinos selecionados ou centros de alojamento temporário. A segunda via ligaria Mariupol e Mangush, na bacia de Donetsk..A rota de Kharkiv seguiria para Belgorod, já na Rússia, para depois fazer chegar os refugiados por via aérea, ferroviária e rodoviária a destinos selecionados ou centros de alojamento temporário..Já a partir de Sumi seriam estabelecidas duas rotas: a primeira para Belgorod e a segunda para Poltava, na Ucrânia..A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil..Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU..A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.