Jornal publica lista de 200 homossexuais do país
O jornal ugandês Red Pepper publica o que designa de 'top 200' dos homossexuais sob o título "Expostos", incluindo a lista algumas pessoas que não se tinham identificado como homossexuais, indica o The Guardian.
De acordo com o jornal britânico, a lista inclui conhecidos ativistas homossexuais, uma estrela de 'hip-hop' ugandesa e um padre católico.
Aprovada em dezembro de 2013 pelo parlamento ugandês, a lei promulgada na segunda-feira por Museveni prevê a prisão perpétua para os condenados por "homossexualidade agravada" e uma pena de 14 anos de prisão para uma primeira condenação de comportamento homossexual.
Incluindo pela primeira vez as lésbicas, a lei proíbe a promoção da homossexualidade e exige que os homossexuais sejam denunciados.
O ativista homossexual Pepe Julian Onziema, que integra a lista divulgada pelo Red Pepper, alertou repetidamente para o facto da nova lei poder provocar violência contra os homossexuais, refere o diário britânico.
O The Guardian indica que em 2011 um outro jornal publicou uma lista semelhante, o que foi condenado por um juiz ugandês como invasão da privacidade. Adianta que o ativista homossexual ugandês David Kato foi morto depois da lista ter sido divulgada.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, assinalou num comunicado divulgado na segunda-feira em Genebra que a lei "institucionaliza a discriminação contra os homossexuais e pode incentivar o assédio e a violência contra as pessoas devido à sua orientação sexual".
Várias organizações de direitos humanos criticaram a lei e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu o seu homólogo ugandês de que as relações entre os dois países podiam piorar se este aprovasse a lei contra os homossexuais.