John McCain ataca Trump por ter dado parabéns a Putin
O presidente dos EUA contactou esta terça-feira o homólogo russo para lhe dar os parabéns pela reeleição nas eleições de domingo passado. O ato não passou indiferente ao senador republicano John McCain que, através do seu Twiitter, fez questão de atacar Donald Trump, bem como a própria legalidade do sufrágio russo.
"Um presidente americano não lidera o mundo livre ao parabenizar os ditadores por ganharem eleições falsas. E, ao fazer isso com Vladimir Putin, o presidente Trump insultou cada cidadão russo a quem foi negado o direito de votar em uma eleição livre e justa", escreveu no seu Twitter.
O presidente norte-americano já tinha justificado o telefonema como "um motivo geoestratégico", e atacou os meios de comunicação por criticarem os seus contactos com o Kremlin.
"Telefonei ao Presidente (Vladimir) Putin para o felicitar pela sua vitória eleitoral (no passado, Obama também lhe telefonou). As notícias falsas estão enlouquecidas porque queriam que o censurasse. Estão equivocados! Relacionar-se bem com a Rússia (e outros) é algo bom. Não é algo mau", indicou Donald Trump na sua conta na rede social Twitter.
"Podem ajudar a resolver problemas com a Coreia do Norte, Síria, Ucrânia, ISIS (Estado Islâmico), Irão e inclusive a próxima corrida armamentista", continuou, referindo-se à Rússia.
O multimilionário recordou também o ex-presidente George W. Bush (2001-2009), de quem disse que "procurou dar-se bem" com Moscovo, mas não teve "inteligência" suficiente.
Barack "Obama e (Hillary) Clinton também o tentaram, mas não a energia nem a química", acrescentou Trump, aludindo à tentativa de cerco de Moscovo, por parte de Washington, no início do governo do seu antecessor, com Clinton à frente do Departamento de Estado.
A Rússia e as eleições presidenciais americanas de 2016
Em plena investigação à ingerência do governo russo nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA e ao possível conluio com a campanha de Trump para prejudicar a candidatura de Clinton, a chamada de Trump a Putin recebeu numerosas críticas.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, defendeu na terça-feira que o telefonema não teve nada a ver com aquela investigação e insistiu que os EUA "não dizem como atuam os outros países", em resposta à duvidosa legitimidade e transparência das eleições russas, ganhas por Putin com uma maioria esmagadora.
"O que sabemos é que Putin foi eleito no seu país, e isso é algo que não lhes podemos ditar, dizer como operam. Apenas podemos focar-nos na liberdade e na imparcialidade das nossas eleições", acrescentou.